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7.7.V – MUTILAÇÃO POLÍTICA
Mutilação Política no Império Romano do Oriente, o Império Bizantino, com a anuência da Igreja, e a LEGITIMAÇÃO DO PODER POLÍTICO pelo suposto poder espiritual.
É oportuno lembrar que entre o Concílio de Niceia de 325 e o Grande Cisma do Oriente em 1054, a despeito da acirrada e feroz rivalidade entre o Papado de Roma e o Patriarcado de Constantinopla, com os consequentes incidentes de cismas e reconciliações, A IGREJA CATÓLICA ERA A MESMA IGREJA EM ROMA (Império Romano do Ocidente) E EM CONSTANTINOPLA (Império Romano do Oriente). Só depois de 1054 é que houve uma separação significativa entre Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) e Igreja Ortodoxa.
A mutilação era uma forma de punição contra condenados pela justiça romana PAGÃ, que foi mantida no Império Romano do Oriente após o ano 395, APESAR da suposta "cristianização" do Império propiciada pelo Edito de Tessalônica de 380. Desde pelo menos o ano 637, há documentação de mutilações como forma de, não apenas punir infratores, mas de DESQUALIFICAR possíveis rivais ao trono.
O argumento FALSO, perverso e BLASFEMO que fundamentava essa prática PAGÃ era de que um homem mutilado não teria uma aparência "imaculada" em conformidade com a "perfeição de Deus", de forma que não poderia ocupar o torno como Imperador. De outro lado, seria supostamente uma pena "piedosa" (sic) pois pouparia a vida do mutilado, que em alguns casos, "se recolhia" em um mosteiro após a mutilação (ou seria encarcerado lá?).
A mutilação tinha, portanto, primeiramente uma função de desfigurar o rival, mas a mutilação também podia consistir na castração do rival, a qual o deixava estéril e inapto para assumir o trono por não poder deixar descendentes. A partir de 705, foi adotada a mutilação por cegueira como pena para rivais condenados por traição (cumplicidade ou tentativa de usurpação do poder).
O uso da mutilação política no Império Romano do Oriente (Império Bizantino) desde, pelo menos, o ano 637, é uma demonstração do quanto os Patrícios de Constantinopla (Patrikios) mantinham as práticas PAGÃS que lhes convinham, e o quanto o clero da Igreja Católica já estava distanciado, e se distanciando cada vez mais, do simples evangelho do Senhor Jesus Cristo, e também o quanto havia de perverso "pragmatismo" e FALSA "piedade" na prática da mutilação política.
A questão APÓSTATA e MALIGNA que tal prática expõe é que, para manter a APARÊNCIA de "GOVERNO CRISTÃO" a ser acatado VOLUNTARIAMENTE e COOPERATIVAMENTE pelos cristãos, a hierarquia da Igreja Católica DESVIRTUOU o sentido do que o Senhor Jesus Cristo diz em Mateus 16:15-19, Mateus 18:18 e João 20:23, para atribuir ao Papa, e à hierarquia da ICAR a ele subordinada, a EXCLUSIVIDADE da "autoridade apostólica" para "ligar e desligar" (perdoar e condenar) na "Terra e no Céu".
Esse ENGANO tem sido usado desde o ano 325 pela Hierarquia da ICAR para NEGOCIAR O PERDÃO PÚBLICO de monarcas e de autoridades em geral, cujos crimes foram pomposamente "perdoadas por Deus" através do perdão público do Papa, de forma que os monarcas e autoridades perdoados passaram a ser vistos e tratados como "respeitáveis inocentes" pelos respectivos súditos e subordinados.
O uso da autoridade pelo Papa de Roma, no topo da Hierarquia da Igreja Católica, e pelo Patriarca de Constantinopla, no comando da Igreja Católica no Império Romano do Oriente, para procederem ao PERDÃO PÚBLICO das autoridades, em seus crimes e atos de crueldade, era (e ainda é) uma forma de LEGITIMAR tais autoridades perante os cristãos, NUM SISTEMA INTEGRADO DE CRENÇA no qual o detentor do "poder espiritual" LEGITIMA os atos do detentor do "poder material".
NÃO É ISSO que o Senhor Jesus Cristo nos orientou a fazer, mas é essa a firme crença da Hierarquia da ICAR e de seus defensores [cf. nota V.1 abaixo].
O arranjo de PODER que incluía a tolerância da Hierarquia Católica (do Ocidente e do Oriente) com a mutilação política, bem como o uso da "ABSOLVIÇÃO PAPAL" (e também Patriarcal, Episcopal, Clerical) dos pecados de monarcas e de autoridades com o objetivo de LEGITIMÁ-LOS perante os respectivos súditos e subordinados, é mais uma evidência da flagrante e progressiva sincretização da Igreja Católica com a Religião de Mistérios da Babilônia.
Fonte: Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Mutilação_política_na_cultura_bizantina .
[V.1] Um exemplo de defesa do poder político do Papa é a resposta do Dr. Orlando Fedeli em 01/01/1999 para um usuário do site Montfort Associação Cultural com o título Estado político do Vaticano. Disponível no link acessado em 20/08/2013:
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