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7.7.2 – OS QUATRO REINOS DE DANIEL E OS DEZ REINOS DO
APOCALIPSE
É altamente recomendável que sejam lidas consecutivamente na sequência numerada de 7.7.1 a 7.7.6 as postagens sob o título acima, listadas no ÍNDICE do blog e na postagem 7.7 – OS QUATRO REINOS DE DANIEL E OS DEZ REINOS DO APOCALIPSE, para que o leitor tenha uma compreensão de continuidade do que está exposto, analisado e concluído nesta série de postagens.
20. PERSEGUIÇÕES CONTRA OS CRISTÃOS
As primeiras perseguições contra os convertidos à fé no Senhor
Jesus Cristo foram promovidas pelas lideranças do Judaísmo Talmúdico. Isto
porque os primeiros convertidos eram judeus que simplesmente reconheciam que
Jesus Cristo é o Messias, o Filho de Deus, O VERBO, a PALAVRA DE DEUS ENCARNADA neste mundo,
a respeito de Quem Moisés e os Profetas escreveram sob a ordem de
Deus.
A evidente, RADICAL, e inexorável mudança de mentalidade das
pessoas que se convertiam ao cristianismo foi um dos motivos das criminosas e
sanguinárias perseguições dos Imperadores Romanos pagãos contra os cristãos que viviam no território do Império Romano, do
século I a início do século IV.
O Imperador Nero
(n.15/12/37-09/08/68), que reinou de 13 de outubro de 54 a 09 de junho de 68,
promoveu uma cruel perseguição contra os cristãos após o incêndio de Roma em 31
de julho de 64, a qual é a mais conhecida e divulgada, pois, conforme a crônica
do historiador romano pagão Tácito
(n.55-120), Nero acusou os cristãos para tirar de si a suspeita de ter ordenado tal
incêndio.
O Imperador Maximiamo
(r.235-238) promoveu a perseguição contra as lideranças cristãs.
Mas, a despeito de todas as injúrias e crueldades contra os
cristãos, as conversões só aumentavam. Conforme a tradição católica [fonte:
Wikipédia], até o Imperador Romano Filipe, o Árabe
(r.244-249) teria sido batizado pelo Papa Fabiano (p.236-250).
Num império com grande parte da população adepta de crenças pagãs
fundamentadas na obtenção dos favores de deuses e na manipulação dos
demônios, a conversão de um imperador a uma fé centrada na morte vicária e na
ressurreição do Filho de Deus, no AMOR e no PERDÃO, era uma afronta para as
lideranças pagãs.
No jogo de forças fundamentado na Religião de Mistérios da Babilônia, a pregação e o testemunho da morte vicária e da ressurreição do
Senhor Jesus Cristo era uma ameaça aos "jogadores" que adotavam os pressupostos
e seguiam as "regras" do jogo de
forças vigente [Daniel 11:38].
Esse jogo de forças incluía (e ainda inclui) todos os grupos
religiosos que tinham (e ainda têm) algum sincretismo [1] com a Religião de Mistérios da Babilônia: a Religião da Grécia e
da Antiga Roma e suas respectivas Religiões de Mistérios, os primeiros mentores
da ICAR, o Judaísmo Talmúdico, o Zoroastrismo, o Hinduísmo, o Budismo (e,
depois do ano 632, também o Islamismo).
Assim, em meio à extrema hostilidade dos grupos acima citados
contra o grande crescimento no número de cristãos, o Imperador Romano
Décio (r.249-251) promoveu uma das mais amplas e sanguinárias
perseguições contra os cristãos, tanto contra as lideranças como contra os
crentes.
Face ao que já era um crescimento inevitável e incontrolável do
cristianismo, como se verá adiante, o Imperador Diocleciano (r.284-305),
além de promover a perseguição contra os cristãos, também adotou medidas
administrativas com o intuito de manter a unidade do Império preservada sob o
sistema religioso pagão.
Mas as perseguições contra os cristãos não tinham o efeito de
diminuir as conversões, nem tinham a simpatia de parcelas cada vez mais amplas
da população do Império Romano e das cercanias, que se sensibilizava com a
mensagem do Evangelho, com o comovente testemunho dos mártires, e com as
genuínas demonstrações de solidariedade mútua, de honestidade, e de fidelidade
dos cristãos daquela época.
Mas, com a intenção de poupar os cristãos das cruéis perseguições, alguns líderes cristãos de Roma foram sendo cada vez mais submetidos à TENTAÇÃO de compor algum tipo de "acordo" com os outros grupos religiosos que eram derivados da Religião de Mistérios da Babilônia, e infelizmente muitos mantiveram essa predisposição, sob a ilusão de que estariam estabelecendo algum tipo de trégua e eventualmente o fim das perseguições.
21. A DIVISÃO ESTRATÉGICA DO IMPÉRIO
ROMANO
O aparecimento das "duas pernas" da profecia de Daniel
2:33,44.
E a transformação do Imperador Romano em Dominus ("deus").
21.1
Precedente Histórico e sua relação com nosso futuro
Desde a República Romana (509 a.C. - 27 a.C.), o Poder central foi motivo de disputas internas entre os Iniciados Patrícios romanos. Houve uma sucessão de situações em que o poder maior foi compartilhado por mais de um Cônsul.
No ano 27 a.C. a República Romana (509 a.C. – 27 a.C.) havia sido transformada pelo Senado em Império Romano, através da investidura de Otaviano na condição de PRINCEPS, o PRIMEIRO, o governante máximo do Império. Foi estabelecido, assim, o Principado Romano.
Na Palavra de Deus podemos ler:
[Daniel 9:26] "... e o povo do PRÍNCIPE, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao FIM haverá guerra; estão determinadas as assolações." [ACF-Scofield, realce acrescentado]
A passagem acima pode ser assim interpretada, com texto explicativo em vermelho e azul (com link) entre colchetes:
[Daniel 9:26] "... e o povo [do Quarto Reino (Daniel 2:33,40), o Quarto Animal (Daniel 7:7-8), o Império Romano do Ocidente e do Oriente]
do PRÍNCIPE, que há de vir, [ou PRINCEPS (em latim) do Império Romano. Neste caso, refere-se ao ANTICRISTO "que há de vir"],
destruirá a cidade e o santuário [O exército romano destruiu Jerusalém e o Segundo Templo no ano 70.],
e o seu fim será com uma inundação [Refere-se ao futuro fim do exército "romano" moderno, que reunirá Rússia, União Europeia (mobilizada pela França e Alemanha), juntamente com forças do Irã (Pérsia) e de aliados europeus e africanos, será em meio a uma inundação (Ezequiel 38:22). Explicação na postagem 7.11 - O ATAQUE DA COALIZÃO RUSSA CONTRA ISRAEL.];
e até ao FIM haverá guerra; [a sucessão de guerras que determinam a consumação desta profecia está exposta nas postagens 7.10 - A QUESTÃO PALESTINA, 7.11 - O ATAQUE DA COALIZÃO RUSSA CONTRA ISRAEL e 8.2 - MARCHA DO EXÉRCITO CHINÊS SOBRE O ORIENTE MÉDIO.]
estão determinadas as assolações." [Ao tempo em que Deus concedeu essas profecias a Daniel, Deus determinou as assolações e as revelou para que os que crerem possam se preparar adequadamente (Daniel 8:17-27).]
Desde a instituição do Império Romano, o Poder central continuou a ser disputado, de forma que tal disputa culminou com o Ano dos Quatro Imperadores (68-69 d.C.), durante o qual foi adotado o título de César para o Imperador.
21.2 O
Legado de Diocleciano, Princeps,
Imperador, Augustus,
PAGÃO.
Dentro da lógica de estabelecimento e de exercício do Poder em Roma, sob a Religião [Pagã] Romana derivada da Religião de Mistérios da Babilônia, o Imperador Diocleciano (n.22/12/244-03/12/311), que reinou entre 20/11/284 e 01/05/305, estabeleceu um exemplo de compartilhamento do exercício do Poder e de sucessão, através do fim de seu "mandato" pelo meio da renúncia em favor de sucessores indicados.
Diocleciano foi aclamado Imperador de Roma por suas tropas após a morte do Imperador Marco Aurélio Caro (r.282-283) e de seu filho Numeriano (r.283) durante uma batalha no ano 283 contra tropas do Império Persa Sassânida Zoroastrista (224-651). Após a derrota de Carino (r.282-284), o outro herdeiro de Marco Aurélio Caro, Diocleciano assumiu o trono do Império em 20/11/284.
21.3 Imperador, Dominus, "deus".
No ano 285, o Imperador Diocleciano (284-305) instituiu o DOMINATO no Império Romano, em substituição ao Principado Romano. Na lógica da Religião de Mistérios da Babilônia, o DOMINATO foi a autoatribuição da condição de divindade através do poder do Imperador assumido e mantido pela força perante os súditos.
O novo título adotado pelo Imperador DOMINUS ("deus") foi de Augusto. A condição autoatribuída de divindade teve o propósito de colocar a pessoa do Imperador no centro da vida de todo o Império, não apenas do ponto de vista administrativo, mas principalmente do ponto de vista PESSOAL, de forma a forçar em todos os cidadãos do Império um COMPROMETIMENTO PESSOAL INDIVIDUAL com a pessoa do Imperador.
Este conceito foi sucessivamente usado ao longo da História. Foi usado nas Monarquias Absolutistas europeias sob a colocação do Rei ou da Rainha na condição de Monarcas por direito divino, com o apoio da ICAR. Esse conceito também foi usado nas DITADURAS COMUNISTAS, tanto na Rússia Stalinista (URSS), como na China Maoísta, e será usado no GOVERNO MUNDIAL do "Cristo Reaparecido".
Como Imperador, Diocleciano procedeu, com sucesso, à divisão administrativa do Império Romano em duas áreas no ano 285, o ORIENTE (pars Orientis) sob sua administração, e o OCIDENTE (pars Ocidentis), sob administração de Maximiano, o seu colega oficial militar declarado Augusto por Diocleciano.
21.4 A TETRARQUIA
Como medida de facilitação da administração da imensa área geográfica do Império, em 01/03/293 Diocleciano escolheu Galério como César do Oriente, e Maximiano escolheu Constâncio Cloro (pai de Constantino I, seu sucessor) como César do Ocidente. Os dois "Césares" passaram a atuar como co-imperadores, porém não declarados "Augustos".
Dessa forma, Diocleciano instituiu uma Tetrarquia na qual manteve a representação do Império Romano (equivalente à atual Chefia de Estado) para si e a administração foi distribuída entra os quatro co-imperadores:
- Diocleciano reinava sobre as províncias orientais e o Egito.
Capital: Nicomédia (atual Izmit, na Turquia)
- Galério governava as províncias dos Bálcãs.
Capital: Sirmio (atual Sremska Mitrovica, na Sérvia)
- Maximiano reinava sobre a Itália e sobre a África Proconsular (Norte da África).
Capital: Mediolano (atual Milão, na Itália)
- Constâncio governava a Hispânia (Península Ibérica), a Gália (Europa Central) e a Britânia (atual Inglaterra).
Capital: Augusta Treveroro (atual Trier ou Tréveris, na Alemanha).
Por determinação de Diocleciano, por volta do ano 300, o Império Romano foi dividido em 101 Províncias reunidas em 12 Dioceses, sob quatro Prefeituras. O latim foi tornado idioma oficial em todo o Império, inclusive no Império Romano do Oriente, onde o idioma grego ainda era correntemente usado na administração.
Algumas das medidas administrativas de Diocleciano foram tão eficientes, e tão bem inseridas na lógica da Hierarquia Iniciática da Religião [Pagã] Romana, que a Elite de Iniciados Patrícios decidiu manter tais medidas e adaptá-las às novas condições do Império que já despontavam no dia 1º DE MAIO de 305, data em que Diocleciano e Maximiano renunciaram conforme premeditado, em favor de Galério e de Constâncio. Pode ser essa uma das origens da importância do dia 1º DE MAIO no calendário dos esotéricos.
Destacam-se dentre essas medidas a eficiente divisão do Império Romano em Oriente e Ocidente sem comprometer o sentido de unidade, a adoção do LATIM como idioma oficial e a divisão administrativa das Províncias do Império em doze DIOCESES.
Essas duas medidas foram depois incorporadas à Religião Católica (ICAR). O uso do idioma latim só deixou de ser obrigatório nas missas católicas após o Concílio Vaticano II em 04/12/1963!
Outro legado do PAGÃO Diocleciano à Elite de Iniciados Patrícios romanos foi a prática de deslocação do centro administrativo de Roma para outras cidades, como estratégia para preservar a própria incolumidade de Roma, frente às ameaças dos ataques de reis federados ("bárbaros") amotinados. Das quatro capitais imperiais, perduraram Mediolano (Milão) e Augusta Treveroro (Trier).
22. A
FUNDAÇÃO DA RELIGIÃO UNIVERSAL UNIFICADORA DO IMPÉRIO.
A Religião
Católica e o uso "santificado" da força militar.
O Imperador
Constantino I (nascido em 272, reinou entre
25/07/306 e 22/05/337) provavelmente conscientizou-se do crescente impacto do
cristianismo na percepção e na mentalidade dos súditos do Império Romano por
influência de membros de sua corte e de sua própria mãe, Helena
(n.250-330), convertida ao cristianismo.
Dentro da
Religião de Pagã de Roma, Constantino
I era devoto
do deus Sol Invicto, derivado do antigo Mitraísmo [2], e
representado pelo disco solar ou pelo disco solar com raios retos ou sinuosos.
O centro
simbólico do culto do Mitraísmo é o touro. Conforme visto anteriormente nos tópicos sobre a Fundação
de Roma, o deus-sol é elemento essencial da Religião da Babilônia, na qual
Tamuz, o filho e reencarnação do deus-sol, é representado por um TOURO (WOODROW,
1981, p.11).
O Bispo
Eusébio de Cesareia (n.265-339) relatou que na noite
anterior à Batalha da Ponte Mílvia (28/12/312) Constantino
I teve um
sonho no qual lhe apareceu uma cruz com a inscrição "In hoc signo
vinces" ("Sob este símbolo vencerás"). Constantino
I teria
interpretado tal sonho como sinal de apoio "do Deus dos
cristãos", de forma que mandou pintar uma cruz nos escudos de seus soldados,
fato ao qual atribuiu sua vitória sobre seu opositor Magêncio. Esse
relato tem repercussões até hoje, como se verá adiante.
Foi
Constantino I quem percebeu com mais perspicácia a
possibilidade de usar alguns Iniciados Romanos na tradição da Religião de Mistérios da Babilônia "convertidos" ao
cristianismo, para manipular a sensibilidade das lideranças cristãs, com o
objetivo de compor uma religião que supostamente manteria o Evangelho como base
de fé "cristã",
porém seria conduzida por uma Elite de Iniciados que providenciariam para que a
nova religião se prestasse primordialmente à UNIFICAÇÃO Império Romano e à
CENTRALIZAÇÃO do poder do Império em ROMA.
Como se verá
adiante, Constantino I foi bem sucedido em seu intento, ao
custo de a nova religião NEUTRALIZAR o Evangelho ao incorporar em sua base de fé cada vez
mais elementos da Religião de Mistérios da Babilônia através da autoridade autoatribuída
dos Bispos de Roma (ler 6-APOSTASIA DA FÉ).
No ano 313,
o então Tetrarca Ocidental Constantino
I ainda
dividia o poder com o Tetrarca Oriental Licínio. Com o apoio de sua mãe Helena e de patrícios convertidos ao cristianismo, Constantino
I, juntamente
com Licínio, estabeleceu liberdade religiosa através do
Edito de Milão (313), e
passou a promover a instituição de uma Igreja Universal (Católica) com sede em
Roma.
A composição
da nova Religião Católica seria uma adaptação "cristã" de alguns
dos conceitos da Religião de Mistérios da Babilônia. Nesse sentido, haveria uma separação
NICOLAÍTA [3] entre a
classe sacerdotal e os leigos, numa analogia à antiga separação social romana
entre patrícios e plebeus, à qual os
romanos já estavam acostumados (condicionados).
Poucos estranhariam a estrutura da nova Religião e muito
poucos a questionariam. Até HOJE quase ninguém questiona.
Assim como
na estrutura Iniciática da Religião de Mistérios da Babilônia, a classe
sacerdotal da Religião Católica teria de ser rigidamente hierarquizada, com os
sacerdotes de mais baixo escalão rigidamente submissos à
autoridade dos sacerdotes de mais alto escalão, como demonstração de humildade e
de "piedade cristã"
[leia sobre essa "piedade" em 2ª Timóteo 3:5].
Uma vez delineada a estrutura da nova Religião Universal de
Roma, havia necessidade de instituí-la de forma a convencer o maior número
possível de cristãos a aceitarem a autoridade absoluta dos sacerdotes da nova
religião.
Dessa forma, Constantino
I poderia usar a Religião Católica
(Católica significa Universal) para também ingerir em regiões onde havia cristãos, mas
onde o poder militar de Roma ainda não imperava. Isso implicava na
necessidade de "converter" o maior número possível de súditos à nova
Religião Católica para garantir a unidade do Império Romano, que já apresentava
inequívocos sinais de fragmentação.
Com esse
intuito, no ano 325 Constantino
I convocou o
Primeiro Concílio de Niceia, na Ásia
Menor (hoje Anatólia, Turquia), no qual os representantes das igrejas da região
oriental do Império eram maioria. Também havia significativo contingente de
cristãos no Norte da África, especialmente nas cidades de Cartago e Túnis.
O
Primeiro Concílio de Niceia atingiu os objetivos de
Constantino I, ao vincular o conceito de Metrópole
do Império (Roma) como "sede da cristandade", com a figura do Imperador como "protetor" do
cristianismo. Assim, em seus 5º e 6º Cânones, ficou estabelecido que o
Bispo de Roma (o Papa) passava a ser o PRIMUS
(primeiro) entre os patriarcas da Igreja
Católica.
A primazia do Bispo de Roma sobre a cristandade foi estabelecida por Constantino I evidentemente por motivos políticos. Mas o Primeiro Concílio de Niceia (325) também estabeleceu a Pentarquia, através da qual foram reconhecidas as autoridades dos patriarcados de Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
Já dentro da
lógica de hierarquia da Religião de Mistérios da Babilônia, os Patriarcas de
Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém aceitaram a "proteção" imperial de Constantino
I condicionada
à primazia do Bispo de Roma (o Papa). Assim, no ano 325, o
Bispo de Roma foi
aceito pelos outros quatro patriarcas como o "primus inter
pares", o "primeiro entre iguais" [4].
Como se verá
adiante, por volta do ano 404, essa situação de "igualdade" entre os
patriarcados foi definitivamente superada pelos mentores da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), com
a alegação de que o Apóstolo Pedro teria iniciado o Papado em Roma e que o
Papado teria primazia absoluta
sobre toda a cristandade, através da sucessão da autoridade conferida supostamente
apenas ao Apóstolo Pedro pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
Outra
importante determinação do Primeiro Concílio de Niceia (325) foi o uso termo DIOCESE para se referir à área territorial sob
autoridade de um bispo ("cristão"). Desde o reinado do pagão Imperador
Diocleciano (284-305),
que perseguiu horrivelmente os cristãos, o termo diocese (do latim dioecésis)
referia-se a cada uma das Províncias Romanas conquistadas pela FORÇA militar.
Pode-se deduzir que a pretensão foi de "cristianizar" um
termo pagão e auxiliar na aceitação, pelos "cristianizados", da
situação de submissão à administração central de Roma. Mas, subliminarmente, a
definição de diocese também vinculava um termo relacionado à conquista pela
força militar com um sentido "espiritualizado" e voluntariamente
aceito, como que justificando a força militar como fonte de autoridade
legitimada de forma "cristã".
Mil e duzentos anos mais tarde, o conceito de vitória militar legitimada pela "absolvição plenária" e pela "bênção" sacerdotal dos soldados também foi usado na legitimação do combate e na execução dos dissidentes do catolicismo que aderiram ao protestantismo.
23. O CRISTIANISMO
NO IMPÉRIO
Helena, a mãe do Imperador Constantino I, era nascida na região da Bitínia, Ásia Menor (hoje costa turca do Mar Negro), na qual houve um número expressivo de conversões à fé no Senhor Jesus Cristo ainda nos séculos I e II.
Como a região era importante na produção de bens e nas rotas de comércio com o Oriente, as informações disponíveis sugerem que a cidade de Bizâncio poderia desempenhar um papel fundamental na estratégia de consolidar o poder do Império naquela região, aproveitando o imenso potencial de cooperação dos cristãos.
Por volta do ano 300, o cristianismo ainda era minoritário entre os patrícios romanos e entre os povos "bárbaros" da Europa Ocidental ainda não integrados ao Império Romano. Os patrícios romanos eram Iniciados em Sociedades Iniciáticas derivadas da Religião de Mistérios da Babilônia, e muitos reis submissos ao Império Romano (foederati) ainda eram adeptos das religiões pagãs que também têm inspiração luciferiana.
Patrícios romanos e
reis pagãos atuavam sob a lógica luciferiana da legitimação e do exercício do
poder unicamente pela força militar, de forma que a disputa constante pelo poder
através da violência estava inserida no senso comum.
Assim, com o
objetivo de resguardar o Poder Imperial, o Constantino
I ordenou a revitalização da
cidade de Bizâncio em 324, e a tornou capital do Império
Romano em 11 de maio de 330, com o nome de NOVA ROMA, a qual
passou a ser chamada de Constantinopla após a
morte de Constantino I, em 22 de maio de 337.
Essa deslocação de PODER de Roma para Constantinopla era foco de cuidadosa administração pelos patrícios romanos, os quais identificaram O CONTROLE da nova Religião Católica de Constantino I como foco prioritário da estratégia para garantir a manutenção de ROMA como centro absoluto do PODER do Império.
Afinal, o Primeiro Concílio de Niceia, sob as ordens do próprio Constantino I, havia estabelecido que, a partir do ano 325, o Bispo de Roma passava a ser o primus (primeiro) entre os patriarcas da Igreja Católica, o que implicitamente significava que, dentro da lógica da Religião de Mistérios da Babilônia, o patriarca de Constantinopla estava hierarquicamente subordinado ao Bispo de Roma e, portanto, deveria necessariamente se submeter a tal autoridade.
Assim, para que os patrícios romanos reassumissem O PODER sobre o Império Romano inteiro, era necessário assumir o controle absoluto da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), e usá-la para tornar a cidade de Roma o centro de poder absoluto sobre o mundo conhecido. Foi traçada uma estratégia de médio e de longo prazo que tem funcionado, conforme inicialmente planejado, desde o ano 330.
A oportunidade de restabelecer Roma como centro de PODER absoluto começou com a morte de Constantino I, que foi sucedido pelos seus três filhos:
1) Constantino II (n.316-340), reinou a partir de Roma como César do Ocidente entre 317 e 337, sob a autoridade de seu pai Constantino I; compartilhou o título de Imperador do Ocidente com seu irmão Constante I entre 337 e 340, e reinou a partir de Augusta Trevoro (atual Tréveris ou Trier, na Alemanha) sobre a Gália (Europa Central), Hispânia (Península Ibérica) e Britânia (Inglaterra);
2) Constâncio II (n.317-361), reinou entre 337 e 361 sobre o Império Romano do Oriente a partir de Constantinopla;
3) Constante I (n.320-350), reinou a partir de ROMA; entre 337 e 340 compartilhou o Império Romano do Ocidente com Constantino II, reinando sobre a Itália, a Ilíria (Bálcãs) e o Norte da África, e depois da morte do irmão mais velho, assumiu o todo o Império Romano do Ocidente.
24. A AMEAÇA PAGÃ
AO PODER CENTRAL DA ROMA "CRISTÃ".
Em janeiro do ano 350, Constante I (r.337-350) foi assassinado por soldados pagãos leais a Magnêncio (r.350-353), o Comandante das unidades pagãs dos Herculianos e dos Jovianos da Guarda Imperial, os quais aclamaram Magnêncio (r.350-353) como Imperador. Magnêncio se suicidou depois de suas tropas serem derrotadas em 353 por forças leais a Constâncio II (r.337-361), "CRISTÃO", Imperador do Oriente, que assumiu o Império inteiro até 355.
Em 355, Constâncio II (r.337-361) nomeou seu primo Juliano (r.355-363) como César do Império Romano do Ocidente.
A Pérsia havia sido uma ameaça às fronteiras orientais dos domínios de Roma desde o período da República Romana (509-27 a.C.), quando o Império Parta (247 a.C. - 224 d.C.) assumiu o controle de grande parte do Império Selêucida (egresso do Império de Alexandre III, o Grande). Os partos tinham uma religião que sincretizava a Religião Grega com o Zoroastrismo.
Houve uma sucessão de guerras romano-persas. Os Partos foram dominados e substituídos pelo Império Sassânida (224-651), o qual esteve em guerra constante contra o Império Romano do Oriente, até a Pérsia ser invadida pelos árabes muçulmanos e ser absorvida pelo Califado (651).
Foi a recusa de Juliano (r.355-363), de apoiar Constâncio II (r.337-361) contra a Pérsia, que deflagrou nova crise sucessória. Antes que as legiões romanas do Ocidente e do Oriente entrassem em guerra civil, Constâncio II morreu, dando oportunidade para que Juliano entrasse em Constantinopla na condição de Imperador Romano do Ocidente e do Oriente. Ironicamente, Juliano veio a morrer durante uma batalha contra os mesmos Persas Sassânidas em 26 de junho de 363, com 32 anos de idade.
Os três filhos de Constantino I haviam mantido o projeto de usar a Religião Católica como religião unificadora e centralizadora do Império Romano. Com tal intuito, o clero em geral e o Bispo de Roma em especial receberam forte apoio institucional dos Imperadores, de forma que grande parte dos patrícios romanos e toda a corte de Constantinopla havia adotado abertamente a Religião Católica.
Contrariamente, Juliano era opositor do cristianismo [5], o qual ele desprezava, pois a Igreja Católica já havia adotado uma estrutura hierarquizada e havia adotado elementos de culto que a tornava extremamente cerimoniosa e próxima da Religião Pagã de Roma, da qual, porém, negava, reprovava e combatia características "apolíneas" e "dionisíacas" apreciadas por Juliano e por seus apoiadores.
Tanto que os
historiadores católicos o denominam de Juliano, o Apóstata. Isto porque sua atuação
contra a Religião Católica estava na contramão da tendência de aumento das
adesões dos patrícios romanos e da
população do Ocidente, uma vez que no ano 355 o cristianismo já era religião
majoritária no Império Romano do Oriente e em várias províncias romanas, como no
Norte da África.
É fundamental lembrar aqui que havia
atuantes grupos de cristãos que baseavam sua vida de fé exclusivamente nos
ensinos dos Apóstolos, nos termos que hoje podemos ler no Novo Testamento e na
Palavra de Deus contida no
Antigo Testamento.
Estes cristãos viviam e pregavam em
toda a extensão do Império Romano e até fora dele, inclusive no
Império Parta (ler o Livro de
Atos dos Apóstolos) e, depois do ano 224, no Império Sassânida até o ano
337, quando foi iniciada a perseguição zoroastrista contra os cristãos,
lamentavelmente identificados como "agentes de Roma".
Esse grupos de crentes eram
continuamente assediados pelas lideranças católicas para que se submetessem à
autoridade do Bispo de Roma, atribuída pelo Imperador
Constantino I no Primeiro Concílio de Niceia.
Portanto, o
projeto de unidade do Império de Constantino
I, amparado pelos Patrícios Romanos e
pela Corte de Constantinopla, estava em ameaça pelos grupos de Iniciados Pagãos
que ainda detinham alguma medida de riqueza e de poder que os habilitava a
manter os adeptos da Religião Católica alertas.
Seriam em breve concretizadas medidas extremas para evitar episódios como o da usurpação pagã de Magnêncio (r.350-353), e o de restabelecimento da Religião Romana pagã por Juliano (r.355-363).
25. A RELIGIÃO CATÓLICA ROMANA DECLARADA OFICIAL, UNIVERSAL, ÚNICA.
O Edito de
Tessalônica e o suposto Ministério Apostólico Universal iniciado pelo
Apóstolo Pedro em Roma.
Juliano (r.355-363) foi
sucedido pelo católico Joviano (r.26/06/363-18/04/364), o qual foi
sucedido por Valentiniano I (r.364-375) no Império Romano do
Ocidente e por seu irmão Valente
(r.28/03/364-09/08/378), no Império Romano do Oriente.
Após a morte
de Valentiniano I (375), sucederam-lhe seus filho
Valentiniano II (r.375-392) no governo da
Ilíria, e Graciano (r.17/11/375-25/08/383) no Império
Romano do Ocidente, com sede em ROMA. Após a morte de Valente (09/08/378), Graciano passou a
ser também Imperador do Império Romano do Oriente.
Valentiniano
II (n.371-392)
tinha apenas 4 anos de idade e Graciano (n.359-383) tinha apenas 16 anos de
idade ao assumirem o trono do Ocidente no ano 375, e os conselheiros da corte de
Graciano o induziram
a iniciar a tomada de medidas estratégicas decisivas para a consolidação da
Religião Católica no Império, a qual passou a concentrar cada vez mais poder
coercitivo sobre outros grupos religiosos.
Também
certamente sob a orientação de seus conselheiros, no ano 376 Graciano (com 17 anos) recusou o título de
Pontifex Maximus da Religião
Pagã de Roma.
O jovem
Graciano (n.359-383) vinha demonstrando uma adequada conformidade com as
orientações recebidas. Com certeza, foi sob a orientação dos seus hábeis
conselheiros que, após a morte do Imperador Valente em 09/08/378, aliou-se ao
general hispânico e patrício romano Flávio
Teodósio (n.347-395), com o suposto objetivo de
evitar a invasão do Império Romano do Oriente pelos Godos [6].
Sob tal
orientação, Graciano (com 19 anos) investiu Flávio
Teodósio na posição de co-Imperador do Império
Romano do Oriente em 19 de janeiro de 379, com quem passou a compartilhar o
poder, e após o que Flávio
Teodósio ficou conhecido como Imperador
Teodósio I (r.379-395). Devido à juventude de
Graciano (19 anos), Teodósio
I (32 anos) passou a ser o Imperador de fato.
Teodósio
I (r.379-395)
logo demonstrou sua fidelidade à Religião Católica de Roma. Deixou-se batizar na
Religião Católica e, em 27 de fevereiro de 380, publicou com Graciano (21 anos) e com Valentiniano
II (9 anos) o
Edito de Tessalônica, o qual determinou que todos os súditos
do Império deveriam professar a fé do PONTÍFICE (pontificem,
declinação latina de Pontifex
Maximus) de
Roma, Dâmaso I
(366-384), e do Bispo de Alexandria, fé expressa no
Primeiro Concílio de Niceia, realizado em 325 por ordem e com claras
diretrizes de Constantino I.
A Igreja de Alexandria (no litoral Mediterrâneo do Egito,
foz do Rio Nilo) foi supostamente fundada pelo Evangelista Marcos, discípulo do
Apóstolo Pedro. As informações disponíveis indicam que o Evangelho de Marcos é a
transcrição das prédicas do Apóstolo Pedro, sob a inspiração do Espírito Santo.
Daí o reconhecimento da importância da Igreja de Alexandria pelos os mentores da
Religião Católica no ano 380, em relação às demais igrejas locais.
Pelo seu
conteúdo, pode-se considerar o Edito de Tessalônica (27/02/380) de Teodósio
I (r.379-395)
como o Edito que consolidou o projeto iniciado por Constantino
I (r.306-337) para a instituição da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), pois decretou que
seriam reconhecidos pelo Império como cristãos APENAS os cristãos
CATÓLICOS, e proibiu que outros grupos cristãos, todos chamados de hereges, se
autodenominassem igrejas, os quais passavam a estar sujeitos às sanções
legais.
Portanto, com o Edito de
Tessalônica (27/02/380), a ICAR se tornou a Religião Oficial do Império Romano do
Ocidente e do Oriente, de forma que outros grupos religiosos passaram a depender
de uma TOLERÂNCIA NEGOCIADA com a nobreza e com o Imperador pra poderem
existir.
No tópico
"SANTA" INQUISIÇÃO,
BANQUEIROS JUDEUS, REFORMA PROTESTANTE da postagem 7.13 - O "REAPARECIMENTO DO CRISTO" é exposta
como essa tolerância foi usada pela realeza e pela nobreza europeias para
manipular os judeus, e as desastrosas consequências dessa relação viciada.
Outro efeito
importante do Edito de Tessalônica (27/02/380), foi o fato de o Imperador
Teodósio I ter atribuído o título de
Sumo Pontífice (Pontifex
Maximus) ao Bispo de Roma Dâmaso I
(01/10/366-11/12/384), de forma que o título máximo da RELIGIÃO PAGÃ DE
ROMA passou a ser o título máximo da IGREJA CATÓLICA
APOSTÓLICA ROMANA (ICAR).
O
Sumo Pontífice de Roma Dâmaso I (p.366-384) também adotou a cor púrpura nas
vestes [Apocalipse 17:3-6],
cor anteriormente exclusiva do imperador, o Dominus, o
conceito de Diocleciano de "deus" romano com "divindade"
autoatribuída com o propósito de vincular cada súdito do Império a se
comprometer pessoalmente com o Imperador.
A partir de então, a púrpura e o escarlate passaram a
integrar as vestes e os paramentos de toda a hierarquia superior da ICAR
[Apocalipse 17:4, 18:16].
Foi no
pontificado do Papa Dâmaso I (p.366-384) que foi estabelecida a
base teológica para a sustentação da PRIMAZIA
ABSOLUTA do Bispo de
Roma sobre os
outros quatro Patriarcas da Igreja desde aquele período até HOJE.
O Papa
Dâmaso I usou de sua suprema autoridade,
atribuída por Teodósio I no Edito de Tessalônica, para ordenar a Jerônimo de Strídon (n.347-420)
que traduzisse as Sagradas Escrituras para o latim, sob estrita concordância com
a Doutrina Católica já estabelecida nos Concílios e delineada pelos mentores da
ICAR.
A
Vulgata, nome dessa tradução "doutrinariamente
adequada", passou a ser a principal versão católica da Bíblia, com a "adequada tradução" de
Mateus 16:18, que traduz com a mesma palavra pedra duas
palavras gregas diferentes: Petros (nome próprio, pedra movível) e petra (rochedo
irremovível), com o objetivo de "traduzir adequadamente" à Doutrina Católica as palavras
do Senhor Jesus Cristo, e assim colocar Pedro como o fundamento da Igreja.
Dessa forma,
com base na versão latina de Mateus
16:18, os mentores da ICAR estabeleceram que o próprio Senhor Jesus Cristo teria
entregue APENAS ao Apóstolo Pedro as Chaves do Seu Reino, de forma que APENAS o
que PEDRO ligasse na Terra seria ligado no Céu e APENAS o que PEDRO desligasse
na Terra seria desligado no Céu.
Isso significaria que tal autoridade seria compartilhada
APENAS por aqueles cristãos que estivessem sob a autoridade de Pedro, incluídos
os outros Apóstolos. Mas tal versão não se sustenta na Palavra de Deus.
A postagem
5 – OS ERROS das novas
traduções mostra que o Senhor Jesus Cristo
é a única pedra angular [1ª Pedro 2:6-8] sobre a qual foi construída a Sua
Igreja, e que a autoridade conferida a Pedro [7] em Mateus 16:15-19
é a mesma autoridade que o Senhor Jesus Cristo também atribuiu aos outros
Apóstolos e discípulos em Mateus 18:18 e João 20:23.
Portanto, ao
falar com Simão Pedro (ou Simão Cefas, redação em grego do aramaico Kephas [João 1:42])
em Mateus 16:15-19, o Senhor Jesus Cristo se referiu a Pedro SEM excluir dos
outros Apóstolos e discípulos a autoridade também a Pedro conferida, e NÃO atribuiu a
Pedro a primazia papal sobre os outros cristãos, NEM iniciou em
Pedro uma suposta "linha sucessória" com a autoridade "apostólica"
absoluta pretendida pelo Papa Gelásio
I entre 492 e 496, e depois por seus sucessores até
hoje.
Mas para
legitimar teologicamente a situação de ROMA como centro do cristianismo, os mentores da ICAR
usaram um relato de que o Apóstolo Pedro, supostamente já imbuído da suposta
primazia sobre todos
os Apóstolos, discípulos e crentes em geral, teria ido a ROMA e ali teria
iniciado seu ministério apostólico "sobre todo o mundo" (porque Roma supostamente seria "o centro do
mundo"), o que tornaria a Igreja de ROMA a Igreja Universal (Católica), de tal forma que apenas sua
hierarquia e respectivos sucessores estariam investidos na mesma autoridade
exclusiva de Pedro, supostamente atribuída pelo próprio Senhor Jesus Cristo na
versão latina de Mateus 16:15-19.
Desta forma, o Primeiro Concílio de Niceia (325), o Edito de Tessalônica (380), a Vulgata (404), e o "relato" (negado por alguns pesquisadores) de que Pedro teria iniciado um Ministério Apostólico Universal em ROMA passaram a ser usados como fundamentação religiosa e política para que o Papa e o clero da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) passassem a se colocar no DIREITO DIVINO de exigir de todos os seres humanos a total submissão à autoridade do Papa como Sumo Pontífice na hierarquia de autoridade do clero católico.
26. O
EXERCÍCIO DA AUTORIDADE PAPAL.
As bases
para a NADA "SANTA" INQUISIÇÃO.
Assim, a
perspicácia dos Iniciados mentores da
Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) possibilitou a perseguição aos não
aderentes e aos dissidentes da ICAR e depois, na Idade Média, a concepção e a
mobilização da (nada) "Santa" Inquisição, a qual permitia que padres ("absolvidos" do
pecado por seus superiores hierárquicos) TORTURASSEM os pretensos hereges até que estes
confessassem qualquer coisa, e também sua suposta heresia.
As
penalidades comumente eram O CONFISCO DOS BENS em favor do Estado e da Igreja
Católica e a morte na forca ou na fogueira, infringida pelos agentes do Rei
(do Estado). Afinal, a "Igreja" não podia "matar" hereges. O
Rei podia, e era "absolvido" desse pecado pelo próprio Papa.
Era muito
"lucrativo"
torturar desafetos e dissidentes ricos até que "confessassem" toda
e qualquer heresia a eles atribuída, além de "confessarem" toda e
qualquer acusação a eles imputada e cuja "investigação" fosse conveniente aos inquisidores!
Uma das primeiras aplicações do Edito de Tessalônica (380) foi a execução, no ano 385, do rico Bispo Prisciliano de Ávila (n.340-385) e de alguns de seus seguidores que o acompanharam a Augusta Trevoro (Tréveris, Trier), capital imperial do Imperador Magno Máximo (r.383-388) do Ocidente, onde pretendiam apelar ao Imperador da sentença de excomunhão promulgada pelo jovem Imperador Graciano (n.359-383) a pedido do Bispo Ambrósio de Milão (b.374-397).
O Bispo Prisciliano de Ávila (n.340-385) era abertamente contrário à composição de forças que estava sendo forjada pelo Bispo Dâmaso I (p.366-384) de Roma com os Iniciados Romanos para centralizar total e definitivamente a Igreja na cidade de Roma.
Prisciliano foi torturado até "confessar" o que seus torturadores queriam que ele "confessasse" para que sua execução fosse "justificada" nos termos do Edito de Tessalônica (380). Ele e seus companheiros de viagem foram executados por DECAPITAÇÃO, método tradicional de execução dos inconfidentes das Religiões de Mistérios oriundas da Antiga Babilônia.
Até hoje os Iniciados em certas Sociedades Secretas (e "discretas") são ameaçados com a decapitação (ou com a degola) caso violem algum dos "segredos" da respectiva Sociedade, e os contem a não-iniciados. Não por acaso, durante o período do Terror da Revolução Francesa (1789), a decapitação na guilhotina foi o método usado para executar os supostos "inimigos da revolução", argumento depois usado pelos comunistas nos países onde assumiram o poder para matar dissidentes a tiros no paredão e no "paredón".
Os termos da
condenação e da sentença de execução de Prisciliano e de seus
companheiros foram redigidos de forma a CONFISCAR para o Estado os bens familiares dos
condenados (todos ricos), e MANTER os bens das igrejas onde atuavam, para não
prejudicar os interesses do clero da ICAR na Hispânia.
Com o
Edito de Tessalônica, Teodósio
I esvaziou ainda mais o núcleo de resistência ao Catolicismo
que ainda havia em Roma. O clero passou a ser pago pelo Poder Público, de forma
que os padres passaram a ser funcionários públicos do Império Romano e,
consequentemente, também submetidos à autoridade do Imperador.
Assim, muitos patrícios romanos formalmente "convertidos" e "batizados" passaram a exercer também cargos eclesiásticos, bispados e, por fim, o papado, de forma que os "Iniciados Romanos" na Religião de Mistérios da Babilônia passaram a determinar completamente a Doutrina Católica.
Na altura em que Teodósio I consolidou O PODER da ICAR no ano 380, os membros ("Iniciados" ou não) da hierarquia católica já estavam suficientemente familiarizados com os Quatro Evangelhos, com o Livro dos Atos dos Apóstolos, e com as Cartas de Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas (não é o Iscariotis), além do Antigo Testamento.
Mas os Iniciados patrícios romanos, e seus agregados e protegidos, também eram familiarizados com as Tradições de Roma e com os autores da Antiguidade Clássica greco-romana, que sustentavam essas Tradições. Esse conhecimento lhes permitia manejar com eficiência conceitos como "amor cristão", "humildade", "piedade", "caridade", "obediência" no contexto das relações pessoais e oficiais do Império Romano inteiro.
27. A SUPREMACIA DO
PODER DA ICAR SOBRE O PODER DO IMPERADOR.
Os cânones do Primeiro Concílio de Niceia (325), redigidos de acordo com a vontade de Constantino I, e os termos do Edito de Tessalônica (380) estabeleceram um vínculo entre o Imperador e a hierarquia da Religião Católica. Aliado ao conhecimento da Bíblia e das Tradições Romanas, esse vínculo foi testado e definitivamente consolidado por Ambrósio (b.374-397), Bispo de Milão, na questão do Massacre de Tessalônica (390).
A adequação e a fidelidade de Ambrósio (n.340-397) à Religião Católica podem ser compreendidas pelo fato de ele ter sido filho do Prefeito da Gália (equivalente a Governador), nomeado pelo próprio Imperador Constantino I (r.306-337), fundador da Religião Católica. Sua origem o levou ao convívio com a nobreza de Roma, composta dos patrícios romanos e seus pares Iniciados nas Religiões de Mistérios, e o levou à sua formação religiosa nos termos estabelecidos por Constantino I.
Conforme exposto no tópico ICAR na postagem 6 - APOSTASIA DA FÉ, o catecumenato, ou a "INICIAÇÃO" de Ambrósio "no MISTÉRIO da salvação" proporcionada pela Religião Católica, que leva o INICIADO (e batizado) ao "MESTRE", foi procedida de acordo com o Catecismo Católico [leia a postagem 7.7.II - ARTIGOS 1247 A 1250 DO CATECISMO CATÓLICO], cujos artigos referentes ao Batismo [8] foram redigidos em termos que ainda mantêm estrita conformidade com a Religião de Mistérios da Babilônia [9].
Teodósio I foi investido como co-Imperador do Oriente em 19/01/379 para proteger o Império de uma invasão dos Godos, povo de origem escandinava [10], cujo exército havia vencido as tropas do Imperador Valente na Batalha de Adrianópolis em 09/08/378. Em 388, os Godos já estavam integrados ao Império Romano do Oriente, e compunham a força de ocupação imperial romana na Grécia, cujo povo odiava os soldados godos.
Em obediência à orientação da hierarquia católica, Teodósio I promulgou um Edito que baniu a prática da antiga tradição grega da pederastia em todo o Império Romano. A pena de desobediência era a execução. [Leia a postagem 7.7.III - A PEDERASTIA NA GRÉCIA ANTIGA, a manipulação de tal "conceito" e suas consequências hoje.]
Em abril de 390, Buderico [11], o comandante godo das forças romanas de ocupação, prendeu um prestigiado atleta (condutor de quadrigas de cavalos) de Tessalônica, no norte da Grécia, por desobediência ao Edito Imperial. Parte da população se exaltou e tentou livrar o atleta. Durante o tumulto, o general Buderico foi morto.
Como punição pela revolta, Teodósio I determinou que os soldados godos se escondessem no hipódromo antes dos jogos, e esperassem pela população que iria comparecer. A cilada "deu certo" e aproximadamente sete mil pessoas foram chacinadas [12].
Mas, um castigo imperial que poderia ser uma forte demonstração de disciplina contra eventuais desobedientes da lei imperial romana, e revoltosos em geral, foi transformado por Ambrósio, Bispo de Milão, numa demonstração de força da ICAR.
Ambrósio repreendeu a crueldade de Teodósio I por carta, e posicionou-se como autoridade religiosa, a cuja avaliação moral o Imperador deveria se submeter. Teodósio I tentou desafiar Ambrósio, mas a Hierarquia Católica com certeza lembrou a Teodósio I a quem ele devia seu título de Imperador Romano, e as inevitáveis consequências de desafiar a autoridade já estabelecida da ICAR.
Como argumento "bíblico", público e "louvável", ao tentar entrar com sua corte na Catedral de Milão, Teodósio I teria se colocado como exemplo do Rei Davi ao entrar no Tabernáculo. Mas, habilidosamente Ambrósio teria contra-argumentado que Davi era exemplo no exercício da realeza, mas Teodósio I também deveria, como o Rei Davi, ser exemplo na grandeza de admitir o próprio pecado e cumprir com a respectiva "penitência".
Por "penitência" entenda-se, aqui, unicamente a demonstração pública e inequívoca de demonstração de submissão à autoridade da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), representada nesse caso pelo próprio Bispo Ambrósio de Milão.
Assim, com esse arranjo honroso dentro de uma perspectiva "cristã" (católica), no ano 390 Teodósio I cedeu ao poder da ICAR representada pelo Bispo Ambrósio, e apresentou-se na Catedral de Milão vestido em panos de saco, como sinal de penitência por confissão e arrependimento de pecado [13] à "Santa" Igreja. Ambrósio "perdoou" Teodósio I.
Esse episódio mostrou como Ambrósio (b.374-397), um homem muito bem "Preparado" em todos os sentidos, soube usar de sua grande erudição e de sua autoridade de Bispo de Milão, recebida através do RITO católico, para mostrar a Teodósio I, e ao mundo todo, que a ICAR passava a ter primazia sobre o poder dos imperadores. Esse evento teve repercussão em todo o curso da História seguinte, até hoje.
Como
consequência desse desfecho, no ano 391, onze anos após o Edito de Tessalônica, o Imperador Teodósio
I promulgou um Edito de proibição dos sacrifícios e cultos
pagãos o que, na prática, tornou de fato e de direito a Igreja Católica
Apostólica Romana (ICAR, a Religião Oficial do Império Romano), a única religião
permitida e
OBRIGATÓRIA no Império Romano.
Com o
sucesso da Hierarquia da ICAR na indicação de
Teodósio I como Imperador do Império Romano do
Oriente, um parente seu, Magno
Máximo (n.335-388) [14], "defensor do catolicismo niceno" (defensor da ICAR
fundada no Concílio de Niceia de Constantino
I), se voltou
contra Graciano
(r.17/11/375-25/08/383) para tomar deste a coroa do Império Romano do
Ocidente.
O intento de Magno Máximo (r.25/08/383 - 28/08/388) esteve inserido no contexto das sucessivas reivindicações de poder ocorridas no Império Romano após a integração de povos migrantes, os quais se instalaram no território do Império ou em suas cercanias. A integração de soldados "bárbaros" mudou o balanço de forças no Império Romano do Ocidente.
28. OS
BÁRBAROS
Os nativos
bárbaros itálicos assimilados pelo domínio da cidade de Roma.
Os
imigrantes bárbaros absorvidos pelo Império Romano do Oriente e do Ocidente.
Os gregos e os romanos chamavam de "BÁRBAROS" os
povos que não tinham origem étnica e cultural comum com os gregos e os
romanos.
Não há como se compreender a evolução dos acontecimentos no
Império Romano, desde a fundação da Cidade de Roma (753a.C.) até hoje, sem se
proceder a uma análise, ainda que breve, sobre a essencial
contribuição dos povos "bárbaros", tanto na formação, como na evolução do
Império.
É relevante lembrar que as invasões bárbaras não implicavam
necessariamente na substituição do povo da região invadida. Não era incomum a
subjugação da população original através da cobrança de tributos, ou da
escravização de parte dessa população original. Algum grau de assimilação mútua
era inevitável.
Algumas
tribos Celtas (antigos habitantes da Europa
Central), em especial os Boios (Boii em latim),
ingressaram na região Norte da Península Itálica no século II a.C. A tribo dos
Boios ocupou a região da atual Bolonha e
compôs forças com os Etruscos contra Roma. Os Etruscos eram
antigos habitantes da Península Itálica ao norte de Roma, e grande parte de seu
território havia sido conquistado pelos romanos em 396 a.C.
Etruscos e Boios foram definitivamente vencidos
posteriormente em 193 a.C. pelos romanos. Parte dos Boios teriam migrado de volta para a Gália e
os Etruscos foram
completamente assimilados pela civilização miscigenada e sincrética que estava
sendo criada, porém com uma identidade fortemente centralizada na cidade de
Roma.
Os
Gauleses, um povo constituído por tribos
Celtas que habitavam a Gália (atual França), foram dominados por
forças romanas sob comando do Pontifex
Maximus (63a.C.) e Cônsul (59a.C.) Júlio
César (n.100a.C.-44a.C.), após a última das
Guerras da Gália (58a.C.-52.C.), na qual
Júlio César (com
41 anos de idade) venceu o exército comandado pelo chefe gaulês Vercingetórix (n.72a.C.-46a.C.)
de 26 anos de idade. A anexação da Gália ao
território do Império Romano foi definitiva.
O grupo
germânico dos Hermiones ocupava no
século I d.C. a região norte da Europa, hoje Escandinávia e Norte da Alemanha.
Resistiram durante séculos à conquista e à assimilação pelo Império Romano do
Ocidente.
Dos
Hermiones se distinguiu o grupo germânico dos
Alamanos (ou Suábios), que
passaram a ocupar a região mais central da Europa, hoje Alsácia, Lorena,
Baden-Württemberg e Suíça. A partir do século III, grupos de alamanos tentaram
se estabelecer nas fronteiras romanas do Rio Reno e do Rio Danúbio.
O nome da
atual Alemanha é derivado do povo Alamano, cujos
descendentes habitam hoje a Alemanha, parte da França e Áustria.
28.1 As
migrações
O tema das
migrações dos povos bárbaros do Norte da
Europa, do Leste Europeu, e da Ásia Central em direção ao Império Romano é muito
amplo. Uma descrição pormenorizada do fenômeno migratório havido em direção ao
Império Romano seria por demais extensa, razão pela qual será exposta apenas um
breve resumo com a citação de alguns dos principais grupos de "bárbaros".
Conforme a migração ocorria, esses povos se sobrepuseram e
eventualmente se misturaram, dando origem à atual composição dos povos europeus,
todos egressos
desse longo processo histórico.
O objetivo
deste breve tópico é apenas enumerar alguns desses povos para expor
resumidamente a relação entre suas incursões, a desestabilização das relações de
poder no Império Romano por eles provocada, e a sua posterior completa absorção pelo
Império, após o engenhoso rearranjo de poder que incluiu a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR).
Foi durante
o reinado de Trajano (r.98-117),
assumido aos 45 anos de idade, que o Império Romano atingiu sua maior extensão
territorial, com aproximadamente 6,5 milhões de km2. Ia da Península Ibérica, a Oeste, até o Golfo
Pérsico, a Leste, da Inglaterra, ao Norte, até o Egito, ao Sul. Tal extensão de
território viria a ser alvo da imigração de outros povos.
Vários grupos étnicos contribuíram para a composição do
império Romano. No século III, através do contato com prisioneiros e mercadores
cristãos, contingentes cada vez maiores de bárbaros integrados ao Império
Romano, ou limítrofes ao Império, passavam a ter conhecimento, e eventualmente
simpatia, pelo cristianismo e aderiam a este.
28.2 Os Godos - Em
torno do ano 200, os Godos já ocupavam
as fronteiras do Leste do Império, na região da atual Ucrânia e costa do Mar
Negro. Em 267 saquearam Bizâncio (Constantinopla) e, após a unificação das
tribos, passaram a constituir ameaça constante ao Império Romano do Oriente.
Originalmente, os Godos, assim como os outros povos "bárbaros" (não
greco-romanos) eram pagãos que praticavam uma religião pagã de inspiração
luciferiana. Os soldados capturados durante as
batalhas eram frequentemente sacrificados em honra ao deus Tyr, precursor
do Odin dos Vikings, da mesma etnia dos Godos.
Conforme exposto anteriormente, sob o reinado de Teodósio
I, os Godos foram integrados ao Império do Oriente, a ponto de parte da guarda
imperial de ocupação e controle Grécia ter sido constituída por unidades de
soldados godos, liderados por generais godos.
Os Godos se
dividiram posteriormente em dois grupos, Visigodos e Ostrogodos, integrados
ao esquema de disputa de poder do Império Romano.
28.3 Os Visigodos - Rebelaram-se em 401 contra o poder
central do Império Romano e passaram a migrar em direção oeste. Chegaram a
saquear a cidade de Roma em 410. Sob o reino de Ataulfo, GENRO do imperador
Teodósio I, vieram a se estabelecer do sul da
Gália (França) e em 415 na Península Ibérica, onde dominaram os Suevos, Vândalos e Alanos
remanescentes dos que haviam incursionado na região em 410.
28.4 Os Hunos (400-453) - São apontados por
historiadores como um dos povos cujas conquistas militares causaram parte da
incursão de povos bárbaros no Império Romano a partir do século II, dentre os
quais os Vândalos e os Anglos.
Em 453, o
território controlado pelos hunos na região ao norte do Império
Bizantino, ia da
Alemanha até o Mar Cáspio, e ocupava a Europa Oriental e o sul da atual
Rússia.
Durante suas
incursões, guerreiros hunos chegaram a ser arregimentados em 436
pelo general romano Flávio
Aécio como
mercenários
contra os Burgúndios. Flávio
Aécio derrotou Átila (r.433-453), o
Rei dos Hunos, em 451, com o apoio dos
Visigodos e dos Francos.
Após a morte
de Átila em 453, o império se desfez e o povo huno foi absorvido pelas etnias
das regiões que eles dominaram [15].
28.5 Os Vândalos - Por volta dos anos 400 e 401,
aliados aos Sármatas, Alanos e Suevos, incursionaram no Império Romano. Os
Alanos ocuparam a Província da Lusitânia, na
Península Ibérica. Por volta de 409, os Vândalos chegaram ao Norte da África, onde
fundaram um reino, e em 439 ocuparam a cidade de Cartago. Após décadas de
batalhas dos Vândalos contra as tropas dos Imperadores
Romanos, o rei Genserico firmou em 476 uma "paz perpétua" com o
Imperador do
Oriente Zenão I.
28.6 Os Burgúndios tinham origem escandinava. Ocuparam
parte da Europa Central, e chegaram a incursionar na Península Itálica em 406.
Após a derrota para as forças romanas em 436, foram absorvidos pelos
Francos em 532 e passaram a integrar o Reino
Franco da Nêustria.
28.7 Os Hérulos
também eram originários da região da Escandinávia e
migraram para os limites do Império Romano do Oriente no século III. Foram
submetidos pelos Godos e depois pelos Hunos. Após a morte de Átila, o
Huno, em 453,
constituíram um reino federado ao Império Romano do Ocidente onde hoje se situa a Áustria
e, em 476, sob o comando do Rei Odoacro, se amotinaram e invadiram a cidade de
Roma.
28.8 Os Francos eram de origem germânica e habitavam
os limites do Império Romano às margens do Rio Danúbio. Em 250, guerreiros
francos chegaram a incursionar pela Gália até chegarem à Península Ibérica, de
onde só foram expulsos dez anos depois por tropas romanas. Entre 355 e 358, o
Imperador Juliano, o Apóstata, entregou aos
Francos parte da região da Gália, e o Reino Franco
federado (foederatus), passou a integrar o
Império Romano ao qual passou a proporcionar forças de defesa contra outros
grupos bárbaros. Posteriormente, o Rei Clóvis
I
(r.481-511), terceiro da Dinastia
Merovíngia, se
converteu no ano 496 ao Catolicismo
Romano e se aliou
à ICAR, com cujo apoio assumiu o controle da região da Gália.
Sob a autoridade do o Rei Clóvis I (r.481-511), a partir do ano 496 os Francos passaram a fornecer o principal apoio militar à Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR). Após a vitória contra os Visigodos em 507 na Batalha de Vouillé, Clóvis I tornou a cidade de Paris a capital do Reino Franco, razão pela qual é considerado o fundador da França.
28.9 As Alianças Matrimoniais Estratégicas.
Os povos
bárbaros constituíam reinos cujos reis faziam alianças com povos vizinhos
através de laços de casamento. A partir de Teodósio
I, os
Imperadores Romanos passaram a usar desse expediente para consolidar alianças e
apoios com, e entre, os reis federados (foederati). Aos poucos, a Religião
Católica passou a propiciar a estabilidade dessas alianças matrimoniais entre a
realeza europeia, através do Sacramento do Casamento sob o Rito Católico.
Como se verá adiante, a composição de forças militares
propiciadas por laços de casamento católico entre famílias reais proporcionou
estabilidade ao revigorado Império Romano do Ocidente, egresso da invasão da
cidade de Roma pelo Rei Odoacro no ano 476.
29. A DIVISÃO DEFINITIVA DO IMPÉRIO ROMANO EM OCIDENTE E
ORIENTE
Com a morte
do Imperador Teodósio I em
17/01/395, o Império Romano foi definitivamente DIVIDIDO em:
Império Romano do Ocidente com
capital em Roma;
Império Romano do Oriente, com
capital em Constantinopla.
Na estátua da visão de Nabucodonosor [Daniel 2:33,40], o
Império Romano já aparece dividido em "duas pernas de ferro", o que significa que "o
Poder" representado pelo "trono de Satanás" [Apocalipse 2:13] passou a ser
exercido pelo Império
Romano após a sua
divisão em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente,
quando a IGREJA CATÓLICA DE ROMA já era oficial, única e
obrigatória.
Afinal, a divisão do QUARTO REINO em duas partes [Daniel 2:33,40]
só ocorreu:
- DEPOIS
que, no Primeiro Concílio de Niceia em 325, o Imperador Romano
Constantino I (r.306-337) fundou a Religião
Católica (Universal) com o objetivo de usá-la para unificar e manter unido o
Império Romano, e
- DEPOIS de
o Imperador Romano Teodósio
I (r.378-395)
ter tornado a Religião Católica (ICAR) oficial e única do Império Romano,
através do Edito de Tessalônica, de 27 de
fevereiro de 380.
Como visto
anteriormente, a migração dos povos bárbaros para o território do Império Romano
trouxe problemas para a manutenção da ordem no Império, pois os Imperadores de
Roma tinham dificuldade para manter a submissão dos reis locais (rex gentium), e
dificuldade para promover a adequação dos usos e costumes dos respectivos Reinos
Federados (Foederati) ao Direito
Romano.
Nessa
situação de disputas e motins, a hierarquia da ICAR permaneceu numa condição de
neutralidade acima dos interesses dos reis locais (rex gentium) e do
próprio Imperador, como demonstrado na questão do Massacre de Tessalônica entre Ambrósio, Bispo de
Milão, e o Imperador Teodósio
I. Afinal, a "lei de Deus" estava acima de tudo e de todos, e os
mentores da ICAR a colocaram como única representante de Deus na Terra.
A partir da
divisão do Império em Oriente e Ocidente, a historiografia [16] demonstra que a autoridade do
Bispo de Roma passou a ser consolidada através de
articulações da Elite de Iniciados Patrícios de Roma, no interesse dessa
Elite de Iniciados que auferia lucros e poder com a
organização e a estrutura do Império Romano, cuja integridade poderia ser
mantida com a atuação do clero católico submisso à autoridade suprema do
Bispo de Roma.
Ou seja: após o governo bem sucedido de Diocleciano (r.284-305), o caos aos poucos foi se generalizando nas disputas e nas relações de poder entre reis locais de origem não romana (reis bárbaros - rex gentium) dos Reinos Federados do Império (Foederati) e o Imperador. Nesse contexto, a ICAR passou a ser a religião em comum entre os contendores, de forma que a ICAR se tornou a instituição que, por ser mantida uma organização rígida e hierarquizada, mantinha as relações entre os contendores de forma que o IDEAL de Império foi mantido pelo IDEAL de Igreja única e unificadora. O projeto de Constantino I foi bem sucedido.
30. A
PREPARAÇÃO DA CONTINUIDADE DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE
No ano 451,
Átila o Huno (r.434-453) invadiu o Norte da Itália.
As forças militares do Império Romano do Ocidente estavam desgastadas, assim
como as forças militares dos Hunos. No ano 452, Átila aceitou receber o Papa Leão
I (p.440-461)
para conversar sobre a situação. Não há registro "neutro" sobre esse encontro,
mas a "tradição
diz" que o Papa Leão I conseguiu "convencer"
Átila a
recuar.
No ano 452,
o Papa Leão I assumiu a governança de Roma e o
título de Sumo
Pontífice [Pontifex
Maximus] [17], no lugar do Imperador
Valentiniano III (r.425-465), que
fugiu da invasão do exército de Átila, o
Huno.
É interessante ressaltar:
- No ano 325
O IMPERADOR
Constantino I (r.306-337) do Império Romano FUNDOU a
Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) no Primeiro Concílio de Niceia.
- No ano
380, O
IMPERADOR Teodósio I (r.378-395) do Império Romano tornou a
ICAR a Religião Oficial e obrigatória no território do Império Romano, tanto no
Ocidente como no Oriente, através do Edito de Tessalônica.
- no ano 431
O IMPERADOR
Teodósio II (r.408-450, neto de Teodósio I), do
Império Romano do Oriente, convocou o Primeiro Concílio de Éfeso, no qual foi ratificada a autoridade
absoluta do Bispo de Roma sobre a Igreja Católica e foi estabelecido que Maria,
a mãe do Senhor Jesus Cristo, passaria a ser reconhecida pelos católicos como
"MÃE DE DEUS"
(em grego Theotokos). Esse fato foi mais uma vitória dos
Iniciados na Religião de Mistérios da
Babilônia, pois
sincretizou na ICAR o antigo conceito das RELIGIÕES PAGÃS de
"MÃE DE
DEUS".
- no ano 446
o Papa Leão I (p.440-461) declarou que "o cuidado da Igreja
universal [Católica] deve convergir para a cadeira de Pedro, e nada (…) deve ser
separado de sua cabeça" [EM ROMA]. Esta doutrina foi reafirmada no Concílio de Calcedônia, em 451, pelo Papa Leão
I, através de seus emissários [fonte: Wikipédia].
- no ano 451
O IMPERADOR
Marciano (r. 450-457, genro do Imperador
Arcádio e cunhado do Imperador
Teodósio II), do Império Romano do Oriente,
convocou o Concílio de Calcedônia (451), o
qual "decidiu"
sobre a "natureza" [sic] (em grego physis) do Senhor
Jesus Cristo, para estabelecer a autoridade absoluta da ICAR numa discussão certamente
incitada por Iniciados Gnósticos [18] dentro das
igrejas do Oriente.
- No ano
452, O PAPA
Papa Leão I (p.440-461) assumiu O GOVERNO de Roma
e o título de Sumo
Pontífice [Pontifex
Maximus], o que fez
dele a autoridade suprema do Império Romano do Ocidente, tanto do ponto de vista
da administração pública, como da orientação "espiritual" nas
condutas individuais de seus súditos.
Essa
concentração de PODER na pessoa do Papa
Leão I ocorreu
propiciada pelo condicionamento social que predispunha os cidadãos de
todo o Império Romano a reconhecerem esse tipo de autoridade, NESSE NÍVEL DE
GRANDEZA.
Por outro
lado, tal condicionamento social já era o produto da atuação
articulada e organizada dos grupos de Patrícios Iniciados nas Religiões de Mistérios Greco-romanas derivadas das Religiões de Mistérios da Antiga
Babilônia (a Babel da
sexta geração após o Dilúvio). Tal condicionamento também não conflitava com o
condicionamento a esse tipo de relação de poder em outros países da Antiguidade.
Apenas o VERDADEIRO E SIMPLES Evangelho do Senhor Jesus
Cristo representava uma significativa e radical diferença com aquele tipo de
esquema de poder.
Portanto, pode-se considerar o ano 452 como o ano em que a
continuidade do Império Romano do Ocidente foi definitivamente preservada pela
ICAR.
Esse
precedente de exercício de PODER temporal e espiritual pelo Sumo Pontífice da
ICAR concedeu à Elite que projetou e sustentou a criação da ICAR, e aos seus
sucessores ao longo dos últimos séculos, a fundamentação para reivindicar
permanentemente esse PODER para o Sumo Pontífice, e será a fundamentação para que o
Anticristo conceda ao
Sumo Pontífice
de Roma a condição de autoridade que corresponderá ao FALSO PROFETA
[Apocalipse 13].
Os Patrícios
Iniciados Romanos conseguiram forjar alianças para manter o PODER PAPAL na
Europa, mas APÓS o Concílio de Calcedônia (451) o Papa
Simplício (468-483)
não havia conseguido manter a completa submissão das igrejas:
-
Igreja Apostólica Armênia (fundada em 301,
independente a partir de 451);
- Igreja Ortodoxa Síria (independente a partir de 451);
- Igreja Ortodoxa Copta (do
Egito, independente a partir de 451);
- Igreja Ortodoxa da Etiópia (independente a partir de 451).
A insubmissão dessas Igrejas a Roma abriu um flanco na
autoridade da ICAR nas fronteiras orientais do Império e na África.
A Armênia, a Síria, o Egito e a Etiópia, países que sediam essas Igrejas Católicas "insubmissas" ao Bispo de Roma viriam a pagar um alto preço por esse cisma, pois deixaram de compor "a unidade" pretendida pelos Patrícios Iniciados Romanos, os quais ampliaram imensamente seu PODER, o qual era exercido no Ocidente através da ICAR, e no Oriente através do Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino.
31. A
SUBSTITUIÇÃO DO IMPERADOR PELO PAPA EM 476
Odoacro, o rei (rex gentium) da
tribo germânica dos Hérulos, que eram súditos
federados
(foederati) do Império
Romano, se amotinou no ano 476 contra o Poder Imperial, e invadiu
a cidade de Roma. Neste motim, Odoacro depôs, em 04 de setembro de 476, o
jovem Imperador Rômulo
Augusto (aprox. 16 anos de idade), que
recebeu uma pensão compensatória pela deposição, e Odoacro (r.476-493)
assumiu o seu lugar como Rei de Roma.
O imperador do Império Romano do Oriente, Zenão I (r.474-491), assim como o Papa Simplício (p.468-483) da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), RECONHECERAM a autoridade de Odoacro como Rei de Roma. Em troca, Odoacro manteve a proteção estatal da ICAR, bem como os privilégios dos patrícios e do clero católicos. Mesmo assim, a supremacia militar dos Hérulos reinados por Odoacro era fator de desestabilização nas relações entre os patrícios romanos e os chefes hérulos.
A manutenção
do controle da ICAR pelos Iniciados patrícios romanos, a despeito do "reino" do "bárbaro hérulo"
Odoacro, ficou evidente a partir da suposta
indicação, pelo próprio Odoacro, do Bispo Félix
III, "eleito" Sumo Pontífice em
13 de março de 483. Nada (e nunca) por acaso, Félix
III era
patrício, da família Anicia de senadores de Roma.
Seu pontificado foi de 13/03/483 até 01/03/491.
A suposta
situação de descontentamento dos patrícios foi um dos pretextos para que o
Imperador do Oriente, Zenão I (r.474-491), investisse o rei dos ostrogodos, Teodorico, o Grande, na condição de "patrício
romano" e Cônsul do Império
Romano no ano 484. Isso implica que Teodorico foi "Iniciado" no rito de "Mistérios e Segredos" [19] adotados pelos Patrícios
Romanos, o que
estabeleceu um vínculo iniciático entre o Rei Teodorico dos ostrogodos e a Elite de
Iniciados Romanos.
Teodorico, o Grande matou Odoacro com as próprias mãos e assumiu o
reinado sobre a Itália e os Bálcãs em 02/02/493 e reinou até 30/08/526.
Teodorico, o Grande (r.493-526) casou-se com a irmã do rei franco e católico
Clóvis I
(r.481-501) e manteve com o Imperador do Oriente, Zenão I (r.474-491)
uma relação de submisso "equilíbrio". Na Itália, manteve a estrutura
jurídico-administrativa do Império Romano do Ocidente, e também permitiu a
manutenção dos usos e costumes dos godos entre seu povo.
Entre 493 e
552 houve uma sucessão de reis ostrogodos na
Península Itálica [fonte: Wikipédia]:
·
Teodorico o Grande
(r.493-526)
·
Atalarico
(r.526-534)
·
Teodato
(r.534-536)
·
Vitige
(r.536-540)
·
Ildibaldo
(r.540-541)
·
Erarico (r.541)
·
Totila
(r.541-552)
·
Teia (r.552)
A despeito do consenso entre historiadores de que o Império
Romano do Ocidente teria sido "extinto" com o motim de Odoacro no ano 476, O FATO é que as
instituições básicas do Império continuaram a funcionar sob o patrocínio do
clero da ICAR e sob A AUTORIDADE ABSOLUTA DO PAPA no âmbito do Império Romano do
Ocidente.
Afinal, os
reis locais bárbaros (rex gentium) dos reinos federados (foederati) que integravam a estrutura do Império
Romano já haviam adotado a Religião Oficial do Império, a ICAR, tornada a única
e obrigatória por Teodósio
I (r.378-395)
com o Edito de Tessalônica do ano
380.
A AUTORIDADE ABSOLUTA DO PAPA da ICAR foi mantida na Europa e em grande parte do território do Império Romano. Mas as disputas de poder entre os grupos de Iniciados do Império Romano do Ocidente e do Oriente continuaram.
32. A
INFALIBILIDADE E A SUPREMACIA DO PAPA SOBRE OS REIS.
E a substituição do Imperador do Ocidente pelo Sumo
Pontífice, o Papa.
O sucessor
de Félix III (p.483-491) foi Gelásio
I (p.492-496), que
assumiu o pontificado aos 82 (oitenta e dois!) anos de idade, em 01 de março de
492. Pontificou até sua morte, em 21 de novembro de 496.
A supremacia
do poder da ICAR sobre os reis e imperadores era pressuposta e assumida pelos
patrícios e pelo clero desde a questão do
Massacre de Tessalônica em 390, entre o Bispo Ambrósio de
Milão e o Imperador Teodósio
I (r.378-395).
Gelásio
I (p.492-496)
estabeleceu formalmente a supremacia do "poder espiritual" da ICAR sobre o "poder temporal" dos
reis e imperadores através da Epístola Duo
sunt, endereçada no ano 494 ao Imperador
Anastácio I (r.491-518)
do Oriente.
Sobressai no
texto dessa carta a argumentação de que a obediência do clero católico ao
Imperador era voluntária, mas que a primazia do Bispo de
Roma teria sido estabelecido pelo próprio
Cristo, cujo "chamado...preferiu" (sic) o Bispo de
Roma sobre todos
os outros, deixando implícito aí que não se discute uma tal autoridade
supostamente atribuída por Deus.
Certo trecho
da Epístola ao Imperador Anastácio I, o Papa Gelásio
I proclama :
"Se, na ordem das coisas públicas, os bispos reconhecem a
potestade que te foi dada por Deus, e obedecem às tuas leis sem querer ir contra
as tuas decisões nas coisas do mundo, com que afeto tu deves obedecer àqueles
que estão encarregados de dispensar os SAGRADOS MISTÉRIOS!" [Citação de RUSSOMANO (2011).
Maiúsculas e negrito acrescentados.]
Como visto
anteriormente nesta postagem, a base teológica para essa autoproclamada
supremacia era (e ainda é) a versão da Vulgata (de Jerônimo de
Strídon, ano 404)
de Mateus 16:15-19, que é sobreposta a Mateus 18:18 e João 20:23, de forma que a
autoridade TAMBÉM concedida pelo Senhor Jesus Cristo em Mateus 18:18 e João
20:23 aos Apóstolos e discípulos seria supostamente subordinada à autoridade do
Apóstolo Pedro em Mateus 16:18.
A Vulgata permite essa SUPOSIÇÃO, pois em Mateus 16:18 o
nome de Pedro (Petros, pedra removível, no grego original) e a Pedra
Angular da Igreja (Petra, rochedo irremovível, no grego original) foram
traduzidas como "pedra", como se o Senhor Jesus Cristo estivesse atribuindo a
Pedro o Seu próprio lugar e, consequentemente, a primazia sucessória de Pedro
sobre a Igreja. [leia as postagens 5 - OS ERROS das
"novas traduções" - a origem da Apostasia e
6 – A APOSTASIA DA
FÉ.]
A ideia da
sucessão de uma investidura de poder sacerdotal, dentro de uma organização
fortemente hierarquizada e disciplinada, é uma das características das religiões
derivadas da Religião de MISTÉRIOS da Babilônia, e esse conceito o Imperador
Anastácio I (r.491-518) do Império Romano do
Oriente estava apto e predisposto a aceitar, razão pela qual o Papa
Gelásio I (p.492-496) atribui a si e aos bispos
católicos uma autoridade superior por eles terem a função de "dispensar os SAGRADOS
MISTÉRIOS" na Epístola Duo
Sunt.
Foi nessa
mesma lógica que o Sínodo Romano de 13 de maio de 495 atribuiu ao Papa
Gelásio I (p.492-496)
e aos seus sucessores o título e a posição doutrinária de VIGÁRIO DE CRISTO
(em latim Vicarius
Christi), no sentido de o Papa estar NO LUGAR de Cristo perante o clero, o imperador,
os patrícios, e os leigos.
Também é
atribuída ao Papa Gelásio
I (p.492-496) a definição do Cânon da Bíblia Católica, com a
anexação dos textos Apócrifos.
O sucessor
de Gelásio I (p.492-496), o Papa Anastácio
II (p.24/11/496-16/11/498) foi considerado herege por seus
sucessores porque foi atribuída a ele a afirmação de que o Espírito Santo não
procederia do Pai (Deus-Pai), O qual seria "maior" que o Filho
(o Senhor Jesus Cristo) [fonte:Wikipédia].
Tal situação, por si só, é indicativa dos problemas na
suposta "sucessão apostólica" de uma suposta autoridade espiritual
originária do Apóstolo Pedro por suposta atribuição do Senhor Jesus Cristo,
excludente dos demais Apóstolos.
O que houve
depois do pontificado do Papa Anastácio
II apenas confirmou que a Igreja Católica Apostólica Romana
(ICAR) era uma instituição Imperial Romana que se prestava a manter o PODER de seus
mentores, de seus condutores, e de seus beneficiários.
Os Bispos de
Roma, investidos de autoridade com apoio dos Iniciados da Península Itálica e
dos Reis Federados (Foederati),
continuaram a impor regras teológicas que se prestavam unicamente a consolidar
uma hierarquia eclesiástica na qual o Bispo de Roma (o Papa) ocuparia uma
autoridade absoluta e inquestionável.
Esse
certamente foi o motivo real do Cisma Acaciano, ocorrido entre os fiéis ao Bispo de
Roma e os fiéis ao Patriarca de Constantinopla entre os anos 484 e 519. Desde o
início de tal cisma até seu desfecho, fica claro que o cisma foi resultado de
uma imposição de poder do Bispo de
Roma sobre o
Patriarca de Constantinopla.
O Cisma
Acaciano foi resolvido através de uma acordo no ano 519 entre o Papa
Hormisdas de Roma (p.514-523), o Imperador do
Oriente Justino I (r.518-527), e pelo Patriarca João II de Constantinopla
(p.518-520).
Tal desfecho
também deixou óbvio que a suposta "Queda do Império Romano do Ocidente" de 476
em nada diminuiu o poder da Igreja e dos Reinos Federados (Foederati) que
continuaram a integrar o Império Romano do Ocidente.
Houve apenas
a divisão do "poder
temporal" entre os vários reis que passaram a governar os Reinos Federados
(Foederati) que compunham o Império Romano do
Ocidente, os quais, ou eram voluntariamente submissos à autoridade do
Bispo de Roma (o Sumo
Pontífice), ou os Iniciados Romanos providenciavam alianças para
remover o rei "impenitente", como aconteceu posteriormente com os
Lombardos.
Pode-se inferir que isso tudo pode ter
sido uma estratégia dos Patrícios Romanos Iniciados para
SUBSTITUIR um imperador com poder questionado e disputado, por um Papa
supostamente "sucessor" da autoridade absoluta do próprio DEUS na
pessoa do Senhor Jesus Cristo, que supostamente teria delegado tal autoridade ao
Apóstolo Pedro ao supostamente colocá-lo como "pedra fundamental"
de Sua Igreja.
Dessa forma,
um Bispo de Roma "eleito" por influência dos Patrícios Romanos Iniciados
representaria a garantia de manutenção de seus próprios interesses, os quais
estariam resguardados em meio às discórdias e disputas entre os reis locais do
território do Império Romano do Ocidente.
O teor da
Epístola Duo sunt (494) do Papa Gelásio
I (p.492-496)
ao Imperador Anastácio I (r.491-518)
do Oriente evidencia essa situação, de PODER exercido pelo Sumo Pontífice (o
Papa) no Ocidente e pelo Imperador no Oriente do mesmo Império
Romano.
O período transcorrido entre o ano 476 e 751 foi marcado
por intrigas entre o grupo de Iniciados Romanos que manteve o Papado sob seu
controle em ROMA e um grupo de Iniciados de Constantinopla que aparentemente
passou a ter a pretensão de agir à revelia das decisões papais, com o apoio do
Patriarca de Constantinopla, investido de poder pelos Iniciados de
Constantinopla.
Essa disputa foi conciliada algumas vezes através de arranjos que mantinham as aparências de "unidade na fé", mas não impediu o já citado Cisma Acaciano (484-519), o qual foi precedente do inevitável Grande Cisma do Oriente (divisão entre ICAR e Igreja Católica Ortodoxa – ICO) que houve no ano 1054, e que perdura até hoje.
Foi essa a
situação do Império Romano do Ocidente, entre 476 e 552, desde a proteção do Rei
Hérulo Odoacro à ICAR, passando pela conversão do Rei
Franco Clóvis I (r.481-501) ao catolicismo romano no
ano 496. Clóvis I foi o
terceiro membro da (hoje) famosa Dinastia
Merovíngia, findada no
ano 751, com apoio da própria ICAR (como se verá adiante).
A audácia
dos reis "bárbaros" integrantes do Império Romano do Ocidente passou a
representar perigo à AUTORIDADE ABSOLUTA DO PAPA, na medida em que tais reis,
Iniciados em alguma "Ordem Secreta" ou em alguma "Religião de Mistérios" derivada da Religião de Mistérios da Babilônia, passavam a
se colocar na posição de afrontar o próprio Papa.
Essa afronta
à autoridade absoluta do Papa era consequência direta da consciência que tais
Reis (e respectivos membros das cortes) passavam a ter, depois de sua Iniciação
nos "Mistérios e Segredos", de que o Papa era, na verdade, representante dos
interesses da Elite de Patrícios Iniciados Romanos que ajudou a formular a ICAR
desde o ano 325 pelo Imperador Constantino
I (r.306-337).
Mas a aparências de "piedade cristã",
de penitência, e de submissão à autoridade do Papa teriam de ser mantidas a
qualquer custo pelos reis locais (dos Reinos Federados - Foederati),
pelos iniciados, e pelo clero diante do povo, PARA MANTER O POVO SOB
CONTROLE.
Até outubro do ano 552, a despeito da manutenção das
instituições imperiais e da continuidade da administração pública em meio aos
percalços causados pela manutenção de usos e costumes godos, a ICAR manteve com
o Imperador do Império Romano do Oriente relações de permanente disputa.
As intrigas havidas levaram por vezes o Imperador do
Oriente a patrocinar ataques a Roma, da mesma forma que a Elite de Iniciados
Patrícios Romanos patrocinava ou incitava ataques de "aliados oportunos"
ocasionais contra Constantinopla.
Em termos de conjuntura, é relevante mencionar que os Iniciados Patrícios Romanos e outros beneficiários necessários ou eventuais, Iniciados ou não, da ESTRUTURA administrativa do Império Romano, tinham razões suficientes para usarem dos recursos disponíveis, inclusive os imorais, para manter O IDEAL de Império e a ESTRUTURA do Império Romano. E assim fizeram entre 476 e 751, assim fizeram entre 751 e hoje, e continuarão a fazê-lo. O Clube de Bildergerg, fundado em 1954, parece ser o "herdeiro" máximo desse intento.
33. O
IMPÉRIO BIZANTINO
Sob o
reinado do Imperador Justiniano
I
(r.01/08/527-14/11/565), o Império Romano do Oriente tomou Roma [20] dos Ostrogodos no ano 539, e no ano 553 [21] o controle administrativo e militar da
Península Itálica, entre 533 e 534 tomou dos Vândalos a administração do Norte da África, e
no ano 551 tomou dos Visigodos parte sul da Hispania [22]. A essa extensão de território sob domínio
direto de Constantinopla foi dado por alguns historiadores o nome de
Império Bizantino, o qual durou basicamente durante o
reinado de Justiniano I.
Foram 38 anos de duração de uma unidade administrativa
entre Constantinopla e Roma. De Constantinopla atuava o poder temporal (militar
e administrativo) representado pelo Imperador, e de Roma atuava o poder
espiritual (ideológico) representado pelo Papa da ICAR, cujo poder também se
estendia aos reinos Franco (Gália, Europa Central) e Visigótico (Hispania,
Península Hibérica). Na prática, o Império Romano inteiro foi mantido unido.
[Continua]
Leia a postagem 7.7.3 - OS QUATRO REINOS DE DANIEL E OS DEZ REINOS DO APOCALIPSE.
[1] Ou grupos que têm a mesma inspiração luciferiana da Religião de Mistérios da Babilônia: o Taoísmo, o Xintoísmo, o Xamanismo, o Animismo, o Culto dos Orixás e dos Exus, e mais recentemente o Espiritismo Kardecista.
[2] Ver o já citado tópico Mystery religions em https://en.wikipedia.org/wiki/Religion_in_ancient_Greece ,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mistérios_greco-romanos , e
https://en.wikipedia.org/wiki/Greco-Roman_mysteries .
[3] Cf. FERRO, Waldir. Quem eram os
nicolaítas. Sola Scriptura TT, 2010. Disponível
em:
http://www.solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/QuemEramOsNicolaitas-WFerro.htm
http://www.palavraprudente.com.br/estudos/waldir_f/micelanea/cap03.html .
Citado em APOCALIPSE - uma
interpretação contextualizada, neste blog:
NICOLAÍTAS [Apocalipse 2:6,15], do Texto Recebido, em grego:
nikh =
vitória (no sentido de dominar);
laos = o
povo peculiar (de Israel ou Cristãos); gente, multidão; do Século IV em diante,
às vezes se refere ao leigo (conforme o grego moderno "laikos"= leigo, no
sentido de povo comum).
Portanto, o
nome Nikolaitwn (NICOLAÍTAS) composto destas duas palavras tem o sentido de
"vitória sobre o povo (sobre os leigos)" ou "os que dominam o povo (os
leigos)".
[4] Fonte: Wikipédia, História da Igreja Ortodoxa, disponível no endereço acessado em 03/08/2013: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa .
[5] Cf. VIDAL, Gore. Juliano (1964). Rio de Janeiro: Rocco, 1981. 453p.
Apesar de se tratar de um romance baseado em fatos reais, Gore Vidal argumenta que só romanceou as passagens a respeito das quais não encontrou registro histórico disponível.
[6] Cf. Infopédia. Teodósio I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Acessado em 16/06/2013. Disponível em http://www.infopedia.pt/$teodosio-i .
[7] Leia o ensino do próprio Pedro em 1ª
Pedro 2:6-8 e a postagens 5 - OS ERROS das "novas
traduções", e
6 - APOSTASIA DA
FÉ, as quais expõem a proporção e algumas consequências desse
ENGANO contido em Mateus 16:18 da maioria das Bíblias.
[8] Os artigos 1247 e 1250 do Catecismo Católico estão citados na postagem 6 - APOSTASIA DA FÉ.
Catecismo Católico disponível no link acessado em 17/06/2013: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s2cap1_1210-1419_po.html .
[9] Este parágrafo não é mera ilação do Autor deste blog. Quem tem alguma familiaridade com os termos usados em literatura esotérica não pode ignorar essa relação entre os termos usados na redação do Catecismo Católico com seus equivalentes esotéricos.
Um professor meu de Direito Administrativo, em sala de aula lotada (uns 45 alunos), com o objetivo de traçar uma analogia de conceitos, descreveu os Sete Sacramentos Católicos como sendo a "cristianização" dos Sete Passos da Iniciação Esotérica, fato que já era do meu conhecimento, mas que me surpreendeu pela naturalidade com que o "exemplo" foi usado como argumento pertinente e apropriado para ilustrar uma analogia sobre adaptação de conceitos na área de Direito Administrativo.
[10] Os Godos migraram da Escandinávia, subindo os cursos dos rios que deságuam no Mar Báltico e depois descendo os rios que deságuam no Mar Negro, de forma que constituem parte importante na constituição étnica do atual povo russo.
Sob o reinado de Teodódio I os Godos foram integrados ao Império Romano do Oriente. O canal de TV por assinatura Discorery Channel exibiu um documentário sobre as migrações dos escandinavos no qual foi falado que toda a nobreza russa descende desses migrantes.
Esse fato vincula a nobreza russa e, consequentemente toda a Rússia, ao Império Romano do Oriente, ainda durante a própria concepção do Império.
[12] Cf. COSTA, Ricardo da (Prof. Dr.). A Gênese da Monarquia no Ocidente Cristão (sécs. IV-VI). Conferência. XXII Encontro Monárquico do Rio de Janeiro, 30/06/2012. Disponível no link consultado em 17/06/2013:
http://www.ricardocosta.com/artigo/genese-da-monarquia-no-ocidente .
[16] Uma citação, ainda que parcial, seria um tanto extensa para este trabalho. As informações que fundamentam este parágrafo são muito abundantes e de inteiro domínio público, mas há necessidade de se partir da premissa da existência de uma Elite organizada pra se perceber o padrão que os fatos indicam, e que permite fazer a dedução contida neste parágrafo.
Assim, quem não crê que há organizações secretas que
planejam e fazem acontecer seus planos sem o conhecimento público, e supõe que a
História seria uma "mera sucessão aleatória de acasos", pode questionar
como fantasiosa a afirmação contida neste parágrafo em especial e nesta postagem
inteira em geral.
[17] Papacy. Encyclopædia Britannica. 2006. Encyclopædia
Britannica Premium Service. 5 Sept. 2006. Disponível em http://www.britannica.com/eb/article-214716 , citado em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontifex_maximus , ambos acessados
em 26/04/2013.
[18] Não há referência histórica específica para fundamentar esta afirmação. Trata-se de uma dedução lógica do Autor deste blog, que já teve acesso à literatura gnóstica, a qual lia com interesse e que hoje está disponível em muitos sites na internet.
[19] Ler http://pt.wikipedia.org/wiki/Religião_na_Grécia_Antiga#Religiões_de_mistério .
Também: http://pt.wikipedia.org/wiki/Religião_na_Roma_Antiga e
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religião_de_mistérios .
[20] Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Justiniano_I#Reconstituição_territorial_do_império atualizada em 18/08/2013 e acessada em 20/08/2013.
[21] Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teodorico_o_Grande#Sucessão atualizada em 25/05/2013 e acessada em 11/08/2013.
[22] Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Império_Bizantino#Reconquista_das_províncias_ocidentais atualizada em 03/08/2013, acessada em 11/03/2013.
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