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7.7.3 – OS QUATRO
REINOS DE DANIEL E OS DEZ REINOS DO APOCALIPSE
É altamente recomendável que sejam lidas consecutivamente na sequência numerada de 7.7.1 a 7.7.6 as postagens sob o título acima, listadas no ÍNDICE do blog e na postagem 7.7 – OS QUATRO REINOS DE DANIEL E OS DEZ REINOS DO APOCALIPSE, para que o leitor tenha uma compreensão de continuidade do que está exposto, analisado e concluído nesta série de postagens.
34. O REINO LOMBARDO - REINO
ITÁLICO
Os Lombardos, eram um povo germânico originário do Norte da Europa que havia
migrado a partir do ano 20 a.C. para os limites do Império Romano do Ocidente a
Nordeste. O nome vem da latinização langobardi que significa longa barba,
característica de seus guerreiros.
Ao longo dos séculos, mantiveram sua identidade e sua
combatividade, e foram citados entre 16 a.C. e 9 a.C. pelo cronista Patérculo do
general romano Tibério (Imperador entre 18/09/14 e 16/03/37) como "mais ferozes que do que a tradicional
selvageria germânica" (sic) [fonte:
Wikipédia].
Viveram às margens do Rio Elba até que, sob o comando do rei
Alboíno
(r.560-572) ingressaram no ano 568 no Norte da Itália, onde passaram a se
estabelecer definitivamente, e onde estão seus descendentes até hoje. No ano 572
estabeleceram a capital do Reino Lombardo na cidade de Pavia. Entre 568 e 772 ocuparam quase toda a
Península Itálica.
Entre os anos 553 e 728 a cidade de ROMA foi defendida pelas forças
militares bizantinas (do Império Romano
do Oriente) que conseguiram manter a posse da região de Roma, de parte do
sul da Península Itálica, e das ilhas da Sicília, da Córsega e da
Sardenha.
A mobilização das forças militares bizantinas pelo Imperador
Justino II
do Oriente (r.565-568), sucessor de Justiniano I
(r.527-565), garantiu que Roma não fosse dominada pelos Lombardos, que eram em minoria ainda pagãos e em maioria cristãos arianos,
seguidores da doutrina do Presbítero Ário de Alexandria
(n.256-336) que a partir de 318 passou a pregar uma doutrina diferente da que
reconhece a unidade entre o Senhor Jesus Cristo e Deus-Pai. Portanto, os
cristãos arianos
de fato foram engendrados numa heresia, e também não eram católicos.
Ao preservar Roma de tal invasão, o Imperador Justino II
(r.565-568) do Oriente evitou que fosse ameaçada a incolumidade da ICAR, a
religião oficial do Império Romano do Oriente (o Império Bizantino) e do Ocidente.
O motivo da preocupação do Imperador do Oriente, e de sua corte em
Constantinopla, era a possibilidade de as facções de Lombardos
pagãos e cristãos arianos
desmontarem a longa construção da ICAR iniciada no ano 325 por Constantino I (r.306-337) e que, no ano 568 já contava com uma hierarquia
suficientemente bem estruturada e integrada nos vários segmentos sociais do
Império do Ocidente e do Oriente, e até fora da jurisdição do Império Romano.
Além da hierarquia integrada à sociedade do Império Romano, a ICAR
já contava com uma teologia bem estruturada, e com uma versão da Bíblia, a
Vulgata
(404), que era adequada à pregação e argumentação a favor da absoluta
primazia do Bispo de Roma, o Sumo Pontífice (Pontifex Maximus), sobre todos os demais bispos, padres e crentes (os leigos) de
toda a cristandade.
Se o Imperador Justino II
(r.565-568) do Oriente tivesse deixado Roma cair sob o poder dos
Lombardos pagãos e arianos, a imagem do Imperador ficaria fragilizada
perante seus próprios súditos, e sua própria religião poderia vir a ser
questionada.
Quando invadiram a Península Itálica em 568, os Lombardos
dividiam-se entre pagãos, cristãos arianos
(seguidores de Ário) e católicos. A
identidade de grupo tribal era forte e a religião não era o fundamento dessa identidade,
pois os Lombardos não haviam assimilado a prática romana pagã de uma elite
entronizar um monarca e impor uma religião aos súditos.
Isso fazia dos Lombardos um grupo excessivamente independente e insubmisso a qualquer
autoridade religiosa que tentasse se impor, o que incluiu a cúpula da ICAR
representada pelo Papa de Roma.
Por esse motivo, entre os anos 568 e 774 a soberania dos
Lombardos foi uma ameaça à ICAR e a
todo o Império Romano, do Oriente e do Ocidente, que teria de ser combatida a
todo o custo, e acima de qualquer rivalidade entre os Iniciados da corte de Roma
e os Iniciados da corte de Constantinopla.
Ao longo dos anos, os Iniciados Patrícios Romanos traçaram uma eficiente estratégia, obtiveram relativa trégua e uma importante concessão de território a partir de 715, enquanto providenciavam o apoio militar necessário para dominar os Lombardos e submetê-los definitiva e incondicionalmente à ICAR, o que veio finalmente a ocorrer a partir do ano 772, como será exposto adiante.
35. OS CRENTES NO SENHOR JESUS CRISTO VISTOS COMO AMEAÇA À ICAR E,
PORTANTO, AO IMPÉRIO ROMANO
Mas os Iniciados Romanos que promoveram a ICAR como religião
oficial e ÚNICA não conseguiam tolerar os CRENTES sinceros no Senhor Jesus
Cristo que, desde o Pentecostes, baseavam sua fé no simples Evangelho, conforme
escrito nos textos disponíveis dos Quatro Evangelhos, das Epístolas dos
Apóstolos, e do Antigo Testamento, reconhecidos como inspirados pelo Espírito
Santo.
Desde antes do ano 380 os textos que compõem a Bíblia eram
meticulosamente copiados "para que não se
perdesse nem um j nem um til" [em obediência ao que o Senhor Jesus Cristo
diz em Mateus 5:17-18] e distribuídos entre os crentes, e os Apóstolos já haviam
dado instruções expressas para que os crentes mantivessem a fé no SIMPLES
EVANGELHO do Senhor Jesus Cristo, e o que fosse anátema aquilo que a ele fosse
acrescentado [Gálatas 1:8-9] ou negado [1ª João
2:22-24].
Mesmo o grande número de analfabetos que eram tocados pela pregação
da VERDADEIRA PALAVRA
ESCRITA DE
DEUS, e que viviam uma vida de fé e de comunhão, recebiam do Espírito
Santo discernimento suficiente para rejeitar as doutrinas que excediam ou
negavam o que haviam ouvido do testemunho de outros verdadeiros
crentes.
O problema para os Iniciados
ideólogos e controladores da ICAR era que um simples analfabeto eventualmente
poderia desmontar com argumentos simples, baseados na VERDADEIRA PALAVRA DE DEUS, algum dos preceitos sincretizados com a Religião de Mistérios da Babilônia.
Um exemplo flagrante de sincretismo pagão e, portanto, de
APOSTASIA DA FÉ, foi a adoção da figura da DEUSA MÃE na Doutrina Católica da ICAR,
através da atribuição à Maria, mãe do Senhor Jesus Cristo, da condição de "MÃE DE DEUS" (em grego,
Theotokos) no Primeiro Concílio de Éfeso, no ano 431, atribuição que era, e continua a ser, considerada
absurda e blasfema por qualquer crente sincero no Senhor Jesus Cristo.
Com argumentos simples, um crente (mesmo que analfabeto) poderia
refutar a incoerência de alguém colocar Maria como centro de uma suposta "devoção" que é, na verdade, UM CULTO a
uma DEUSA PAGÃ com aparência cristã.
Os títulos que foram depois acrescentados a Maria, de "CO-REDENTORA" (sic), e de "RAINHA DO CÉU" [leia Jeremias 7:18; 44:17-30] só
deixaram mais claro o quanto a Doutrina da ICAR era (e ainda é) diferente do
Evangelho do Senhor Jesus Cristo, e próxima de uma religião sincrética pagã com aparência
cristã.
Portanto, os promotores da ICAR precisavam eliminar os verdadeiros
crentes no Senhor Jesus Cristo com o objetivo de eliminar qualquer
questionamento convincente contra as regras de fé (dogmas) católicas romanas que
pudesse colocar alguma dúvida em algum leigo católico sobre a obrigatoriedade de
completa e irrestrita obediência à autoridade absoluta do Sumo Pontífice, o Papa.
E como o Sumo Pontífice legitimava o poder do Imperador, dos Reis e da nobreza, num
sistema de reconhecimento "divino" de autoridade, e de pública e cerimoniosa "absolvição plenária" (sic) de pecados,
os crentes no Senhor Jesus Cristo também eram reconhecidos pelas autoridades
católicas como ameaça ao próprio Império Romano.
Os crentes no Senhor Jesus Cristo eram voluntariamente obedientes às Leis em geral e eram, por princípio de fé, pró-ativos em seu trabalho e em suas relações sociais. Os crentes eram vistos como ameaça, não porque não acreditavam que o Papa teria autoridade sobre e além das Escrituras, mas porque a simples existência dos crentes poderia ser foco de dúvida convincente para os leigos "católicos devotos" e obedientes, que eram cooperativos apenas e tão somente sob a coerção social proporcionada pelo sistema católico romano de crenças e superstições.
36. AS AMEAÇAS LOMBARDA, BIZANTINA E SASSÂNIDA À
ICAR.
A proteção proporcionada pelo Império Bizantino
à ICAR contra os potenciais inimigos comuns Lombardos
(568-1077) certamente foi condicionada a uma submissão à corte de Constantinopla
que os Iniciados Patrícios Romanos
consideravam intolerável. O registro histórico leva a se deduzir que a Elite de
Iniciados incitou o próprio Sumo Pontífice
(Papa) a fomentar a revolta dos súditos do Império Bizantino
do sul da Itália durante o período de dominação dos Lombardos na maior parte da Itália [fonte:
Wikipédia].
Tal contrariedade dos patrícios romanos contra o domínio bizantino pode ter chegado a extremos
surpreendentes, de tão improváveis. Infelizmente, considerando OS EFEITOS
PRÁTICOS, não há como descartar certas possibilidades excessivamente
convenientes.
Afinal, desde a morte de Teodósio I
(395), cronistas de época registraram a manipulação dos reis bárbaros (rex gentium) dos Reinos Federados
(Foederati) integrantes do Império Romano, tanto pela Elite de Constantinopla
contra Roma, quanto a Elite de Roma contra Constantinopla. Serão citados apenas
alguns exemplos significativos para este estudo [fonte:
Wikipédia]:
- Ano 482: Zenão I
(r.474-491) induziu os Ostrogodos
comandados pelo rei Genserico (r.428-477) a invadirem a Península
Itálica;
- Ano 493: Zenão I
financiou a invasão da Itália por Teodorico
(r.493-526) Rei dos Ostrogodos, contra Odoacro (r.476-493), Rei dos Hérulos;
- Ano 498: após o Bispo Símaco
ser eleito como Sumo Pontífice reconhecido pelo Senado Romano, o Imperador Anastácio I
(r.491-518) do Oriente promoveu a eleição de um concorrente, Lourenço, e acusou Símaco
de heresia e de simonia
perante o Rei dos Ostrogodos, Teodorico (r.493-526) da Itália;
- Anos 514-515: General Vitaliano, do Oriente, fiel ao Sumo Pontífice
de Roma, contratou uma horda de mercenários hunos
para intentar um golpe contra o Imperador Anastácio I (r.491-518) do Oriente;
Há muito mais exemplos de conspirações e sabotagens mútuas entre
Papas e Imperadores do Oriente, no intento de ser mantido o "EQUILÍBRIO DE FORÇAS" [leia Daniel
11:38 para saber a que levará essa crença].
Além das ameaças internas, a partir do ano 421 houve a grave e
contínua ameaça do Império Persa Sassânida
(224-651), cuja religião oficial era o Zoroastrismo, à
fronteira oriental do Império Romano. Após o ano 380, e apesar de trégua havida
durante o reinado de Teodósio I
(r.378-395), pode-se escrever que o Império Persa Sassânida
(224-651) também passou a ser uma ameaça à Igreja Católica Apostólica Romana
(ICAR), pois os católicos e os outros grupos cristãos que viviam em território
sassânida passaram a ser perseguidos [1] após o Edito de Tessalônica (380)
ter tornado o Catolicismo Romano a religião oficial do Império Romano, e ter
tornado obrigatória a submissão dos católicos do mundo inteiro à autoridade do
Sumo Pontífice de ROMA.
Conforme o Livro de Atos dos Apóstolos, havia judeus e cristãos na
região da Pérsia desde o século I no território do Império Parta
(247a.C.-224d.C.). A perseguição indiscriminada contra os cristãos passou a ser
promovida pela Dinastia Persa Sassânida a partir do final do reinado do
Imperador Yasdegerd I (r.399-421) [2].
A despeito de outras teses sobre os motivos da perseguição dos zoroastristas contra os cristãos nos domínios do Império Persa Sassânida (224-651), é certo que tal perseguição foi mais motivada pela doutrina universalista e centralizadora da Religião Católica Romana criada pelo Imperador Constantino I (r.306-337) em 325, que colocou o Sumo Pontífice de ROMA como autoridade máxima da Religião.
A Elite de Iniciados Zoroastristas, na lógica de rivalidade da Religião de Mistérios da Babilônia (de luta para atingir o "equilíbrio de forças"), estabeleceu oposição à primazia papal dentro do território do Império Persa Sassânida, cuja religião oficial era o Zoroastrismo.
A partir do ano 421 houve uma sucessão de guerras entre o Império Persa Sassânida
e o Império Romano do Oriente [3] que culminou com o cerco e a tomada de Jerusalém no ano 614 pelos
persas sassânidas zoroastristas.
Assim, a Elite que coordenava as políticas da ICAR identificava
três grandes "ameaças" à autoridade absoluta da ICAR sobre o Império Romano
(Ocidente e Oriente) entre os anos 380 e
651:
- Os remanescentes pagãos e hereges arianos, seguidores de Ário
- Presbítero de Alexandria (319-336), ainda existentes nos reinos "bárbaros"
federados (foederati) do Império Romano do Ocidente;
- Os crentes no Senhor
Jesus Cristo que aceitavam como regra de fé apenas a Palavra de Deus, e que se espalhavam no Império do Ocidente e do Oriente, e entre
os povos fronteiriços, principalmente no Norte da
África;
- Os persas sassânidas zoroastristas.
[Continua]
Leia a postagem 7.7.4 - OS QUATRO REINOS DE DANIEL E OS DEZ REINOS DO APOCALIPSE.
[1] Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_romano-persas#Guerras_bizantino-sassânidas atualizada em 17/11/2013 às 14h12min e acessada em 18/11/2013.
[2] Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_romano-persas#Guerras_bizantino-sassânidas já citada e http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_bizantino-sassânida_de_421-422 atualizada em 17/10/2013 e acessada em 18/11/2013.
[3] Sobre as guerras romano-persas que culminaram com a tomada de Jerusalém, ler: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_romano-persas , http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_bizantino-sassânida_de_421-422 , http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_bizantino-sassânida_de_602-628 , http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Jerusalém(614) .
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